Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 13 de novembro de 2010

A floresta divina (Editorial)

Revelou-se histórica pela sua importância e simbólica pelo seu significado a viagem que Bento XVI realizou à Espanha, pela segunda vez em menos de cinco anos. Graças à visita a duas cidades que expressam a realidade diversificada de um grande país, fortemente radicado na tradição cristã e que hoje, mesmo se amplamente secularizado, soube receber o Papa com simpatia acolhedora e ouvi-lo com atenção. Uma simpatia e uma atenção demonstradas de modo público pelo soberano e pela rainha, pelos príncipes das Astúrias, pelo presidente do Governo e pelas autoridades nacionais e regionais. Assim como, naturalmente, por toda a Igreja, que se confirmou uma realidade vital e vivaz na sociedade espanhola. O percurso do romano Pontífice, que incluiu Santiago de Compostela e Barcelona, quis unir simbolicamente a história do país e apoiar a sua abertura actual antes de tudo à Europa, mas também aos outros continentes. Falando aos espanhóis, mas também a todo o mundo, o Papa recordou sobretudo com vigor o significado da fé cristã, para cujo ponto de partida não há um projecto humano, mas o próprio Deus, que habita no íntimo do coração de cada pessoa. É uma tragédia - disse Bento XVI na homilia em Santiago, diante da maravilhosa catedral românica e barroca - que no continente europeu, sobretudo durante o século XIX, se tenha afirmado e difundido a convicção de que Deus é antagonista do homem e inimigo da sua liberdade. Face a esta negação, quase incompreensível, é necessário que Deus, "sol das inteligências", volte ao céu da Europa, continente que por sua vez deve abrir-se à transcendência. E assim como a imagem crucificada de Cristo está nas encruzilhadas dos caminhos que levam a Compostela - onde é mais do que milenária a memória do apóstolo Tiago - também a "cruz bendita" deve brilhar nas terras europeias, exclamou o Papa, que imediatamente proclamou a "glória do homem", auspiciando que a Europa da ciência e da cultura se abra à transcendência. A abertura a Deus voltou nas palavras de Bento XVI em Barcelona, quando dedicou o templo expiatório nascido da visão genial de Antoni Gaudí e durante a visita querida para abraçar com ternura as crianças e os jovens internados no Nen Déu, a obra intitulada ao Menino Jesus, encorajando quantos os assistem. A grande quantidade de pedra da Sagrada Família, quase uma floresta admirável de colunas que se transformam em movimento, foi definida pelo Papa uma realidade sacramental, "sinal visível do Deus invisível, para cuja glória se elevam estas torres, setas que olham para o absoluto da luz". Santuário de Deus, como cada pessoa humana. Por isso ela é sagrada, e por isso - não por hostilidade em relação ao homem e à sua liberdade - a Igreja, fundada unicamente em Cristo, deseja medidas em apoio da família e opõe-se a qualquer forma de negação da vida. Com esta viagem a Espanha o sucessor de Pedro mostrou ainda mais claramente o sentido do seu caminho e o da Igreja: apresentar ao mundo Deus que é amigo dos homens e convidá-los para a sua casa. Uma casa cuja beleza está apenas ocultada pelo Pórtico da glória que acolhe os peregrinos que chegam a Compostela e a Barcelona por aquela floresta de Deus que Gaudí, artista visionário e cristão autêntico, quis que se elevasse no centro da cidade dos homens. A fim de que olhem para a sua presença entre eles, contemplem a sua indizível maravilha e saibam acolhê-lo.

GIOVANNI MARIA VIAN - Director

(© L'Osservatore Romano - 13 de Novembro de 2010)

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