Igreja Católica acompanhou trabalhadores soterrados no Chile desde Agosto até à operação de resgate, denominada "São Lourenço", patrono dos mineiros
O processo de resgate dos trabalhadores soterrados durante 69 dias na mina de São José, no Chile, foi permanentemente acompanhado pela Igreja Católica, do Papa ao bispo da diocese local, Copiapó.
Na oração dominical pública de 29 de Agosto, Bento XVI recordou “com particular afecto os mineiros” e garantiu-lhes a sua “proximidade espiritual”, concretizada em “orações contínuas” para que mantivessem “a serenidade na espera de uma feliz conclusão dos trabalhos” de resgate.
Em resposta, os trabalhadores enviaram ao Papa uma bandeira do Chile assinada por todos, que foi entregue a Bento XVI no dia 7 de Outubro.
O Papa voltou a pedir preces pelos 33 mineiros nesta Quarta-feira, numa altura em que já decorria o resgate: “Encomendo, com esperança, à divina bondade de Deus, os mineiros da região de Atacama, no Chile”, disse Bento XVI aos mais de 40 mil peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, em Roma.
Os mineiros foram também acompanhados pela Igreja Católica do Chile: a 13 de Setembro, o bispo de Copiapó, D. Gaspar Quintana, juntamente com padres de toda a diocese e centenas de pessoas, levou uma imagem da Virgem Maria ao acampamento “Esperança”, instalado junto à mina, tendo presidido a um momento de oração com os trabalhadores soterrados e seus familiares.
Dois meses depois do acidente, a 4 de Outubro, o presidente da Conferência Episcopal Chilena, D. Alejandro Goic, visitou o local, tendo salientado que os operários presos a cerca de 700 metros de profundidade eram um exemplo de solidariedade, organização e esperança.
Na missa a que presidiu, o prelado recordou o momento em que soube que os trabalhadores estavam vivos e relatou a emoção que sentiu.
D. Alejandro Goic levou imagens da Virgem Maria para cada um dos operários, além de uma carta escrita por ele para os 32 chilenos e outra para o mineiro boliviano, assinada por um sacerdote.
Depois da eucaristia, o presidente do episcopado e o bispo de Copiapó comunicaram com alguns dos mineiros soterrados, entre os quais Mario Sepúlveda, que nesse dia celebrava o seu aniversário.
Esta Terça-feira, poucas horas antes do início da libertação, D. Gaspar Quintana lançou um convite à intensificação das preces: “Nestes momentos cruciais devemos manter a esperança e continuar a acompanhar os acontecimentos na oração e na fé".
O prelado salientou que não se devem “esquecer as lições” do acidente, que apontam para a necessidade de “construir uma sociedade onde o direito a trabalhar em condições de segurança seja respeitado e onde cada pessoa assuma a responsabilidade que lhe cabe para que acontecimentos como este não voltem a ocorrer”.
O Santuário de Fátima assinalou esta Quarta-feira a operação de salvamento, que começou no dia em que passavam 93 anos sobre a última aparição mariana aos pastorinhos.
“O nosso pensamento neste momento vai com alegria para o Chile, onde estão a ser resgatados os mineiros que estavam soterrados”, disse com sorriso largo o bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, no fim da missa da peregrinação de 13 de Outubro.
Em diversos pontos do Chile realizaram-se vigílias de oração, que só terminaram quando foi o último mineiro foi libertado.
Hoje, Quinta-feira, a imagem de Nossa Senhora da Candelária, que esteve na mina de São José, regressará ao seu santuário.
(Fonte: site Agência Ecclesia)
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