Nascidas no âmbito da Igreja católica, as seculares Misericórdias são um baluarte fundamental no apoio às populações.
A sua rede capilar destina-se, sobretudo, aos mais frágeis e desfavorecidos e a sua cartilha inspira-se nas 10 obras de misericórdia temporais e espirituais ensinadas pela Igreja.
Muita da riqueza das Misericórdias resulta de heranças. Milhares de pessoas, ao longo dos séculos, confiaram à Igreja os seus bens, certos de que o seu património seria devidamente cuidado, segundo critérios evangélicos. Mas nem sempre. Infelizmente, há provedores – mais virados para a filantropia do que para a caridade cristã - que põem e dispõem sobre questões importantes sem dar conta ao seu bispo.
O braço-de-ferro prolongou-se por vários anos, até que, agora, se esclareceu de vez que o estatuto público das Misericórdias implica a chancela do bispo. Uma medida óbvia para instituições católicas, pensamos nós... Mas a orgulhosa rebeldia da União das Misericórdias Portuguesas em aceitar a decisão dá que pensar.
Na declaração pública que fizeram, recentemente, contra os bispos, os provedores deram um sinal claro de desobediência à Igreja.
Tal arrogância proclamada por responsáveis de instituições católicas é, no mínimo, estranha.
Qual é o problema em obedecer? Porventura as Misericórdias são deles?
Aura Miguel
(Fonte: site Rádio Renascença)
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