Arcebispo Agostino Marchetto lembra que se trata de «fracos e pobres perseguidos, que foram vítimas de um holocausto» durante a II Guerra Mundial
O secretário do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes (CPPMI), arcebispo Agostino Marchetto, disse que a Igreja não tem uma agenda política por detrás das críticas à expulsão dos ciganos da etnia rom, na França.
"A Igreja é a Igreja, não está à direita, à esquerda ou ao centro. Ela apresenta respeitosamente o seu ponto de vista sobre tudo aquilo que concerne às leis morais e a sua doutrina social", afirmou.
A França expulsou 635 ciganos desde o dia 28 de Julho e o número deve subir para cerca de 950 até ao final do mês, dado que o governo francês tem vindo a desmantelar os acampamentos ilegais de ciganos e a providenciar a sua repatriação.
"Quando há expulsões, há sofrimento e eu não me posso alegrar com o sofrimento dessas pessoas, em particular quando se trata de fracos e pobres perseguidos, que foram vítimas de um holocausto e que vivem sempre a fugir de quem os caça", referiu o secretário do CPPMI, em entrevista à agência francesa “I.Media”.
A este respeito, em declarações à agência missionária “Misna”, o Arcebispo lembrou que 600 mil ciganos perderam a vida às mãos do regime nazi, durante a II Guerra Mundial, “um drama muitas vezes esquecido”.
D. Agostino Marchetto disse acreditar que as expulsões não podem ser "colectivas", porque “não se pode culpar toda uma população pela violação de leis cometidas por alguns".
O Arcebispo italiano assinalou que "a moral não interessa apenas às questões de sexualidade, aborto ou matrimónio entre pessoas do mesmo sexo, mas também ao homem na sua complexidade".
"Não queremos entrar em discussões políticas, mas apoiamos a causa do homem, e, em particular, daqueles que, em dado momento, sofrem demais e devem ser ajudados a superar as suas dificuldades", apontou.
No último Domingo, falando em francês, Bento XVI disse que os cristãos são chamados a “acolher as legítimas diversidades humanas, seguindo Jesus, que veio unir os homens de todas as nações e todas as línguas”.
Para o secretário do CPPMI, seria importante “criar uma regulamentação especial” para a presença dos Rom, “a mais importante minoria na Europa, com mais de 12 milhões de pessoas”.
(Fonte: site Agência Ecclesia)
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