Ser perseverante é, de certo modo, ter unidade de vida. Não posso ser homem de oração, de vida interior intensa e vibrante se não perseverar na luta contra os meus defeitos, sem dúvida, mas, talvez mais importante, porfiar por adquirir a unidade de vida que deve levar-me à santidade pessoal.
Começo tanta coisa ao mesmo tempo! Salto de um objectivo, de uma tarefa, de um projecto para outros sem quase me deter. Na oração, às vezes, não me concentro na que estou a fazer mas numa que já fiz ou hei-de fazer. Vivo o minuto que passa como o que já passou ou o que há-de vir.
Numa palavra, tenho muito pouca perseverança na minha vida. E não pode ser! Tenho de fazer um esforço sério para fazer o que devo, quando devo, e estar no que faço.
Por momentos, ponho-me na Tua frente e pergunto-te: Senhor, qual é a Tua opinião a meu respeito? O que pensas de mim?
A resposta... sim... conheço a resposta: ''Que queres que te diga, filho? Nem Eu, que Sou o Senhor, consigo classificar-te bem. Tão depressa estás junto de Mim como logo te afastas e procedes como se Eu não existisse; estás unido a Mim e ao mesmo tempo, quase, devaneias não sei por onde; tomas uma decisão e, depois, decides que é para mais tarde; escreves e dizes coisas bonitas e envaideces-te como se os talentos fossem teus; fazes as coisas que te apetece fazer deixando para depois as que deves fazer! Como queres, filho, que te classifique?''
Mas, Senhor, pergunto ainda, não faço nada de bom?
''Não sejas tonto, respondes-me sorrindo, claro que fazes coisas boas mas, o teu problema e a minha pena, é que não as fazes constantemente, quer dizer, só deverias fazer coisas boas''
Mas como, Senhor, fraco e pusilânime como sou?
''Basta-te a minha graça e que consideres, sempre, a tua filiação divina.''
Obrigado, Senhor, vou tentar, a sério... vou tentar....
Dizes-me ainda: ''Não tentes... FAZ!''
(AMA, meditação sobre unidade de vida, 2009.12.13)
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