É uma luz, uma suavidade, um amor, um toque, uma carícia, um carinho, um calor, uma presença que se desenvolve dentro de nós e nos enche por completo.
Aquilo que era razão de viver e estava no exterior, deixa de o ser, para dar lugar a outra aspiração interior, para dar lugar a outra vivência, mais viva, mais vivida, mais sentida, mais cheia de uma graça que não conseguimos explicar.
O interesse que nos despertavam as coisas do mundo, as riquezas, a importância social, o nosso comportamento pensado e repensado, deixa de ser importante, deixa de ser um fim em vista, para dar lugar a uma procura constante da santidade, do bem-estar espiritual, do testemunho dado na vida que continuamos a viver no mundo, para que os outros também possam ver e viver o que nós vivemos.
Como tudo é diferente!!! Como tudo se modifica!!!
Quando vivemos para as riquezas do mundo, queremos ter sempre mais que os outros e a maior parte das vezes desejamos egoisticamente que os outros não tenham aquilo que nós já temos.
Agora começamos a viver para as riquezas de Deus e queremos que os outros tenham tudo o que nós já temos e tenham até mais, para nos poderem guiar e servir de testemunho.
Quando vivemos para conseguir o mundo, nunca temos tempo para nada, nem sequer para todas as coisas do mundo, quanto mais para Deus.
Agora começamos a viver para “alcançar” o Céu e assim temos tempo para Deus, para tudo e até temos tempo para o mundo.
Quando vivemos para nós próprios e por nós próprios, aos “sucessos”, que nos enchem de orgulho, sucedem-se as “derrotas” que nos provocam humilhação, (não humildade), que causam a solidão de quem vive apenas para si, convencido que é capaz de tudo sozinho.
Agora começamos a viver para Deus, para os outros, e assim os “sucessos” não são nossos, mas de Deus e de todos, (o orgulho não tem lugar), e mesmo que as coisas não corram bem, humildemente aceitamos como não sendo bom para nós aquilo que afinal desejávamos e instala-se a paz, a tranquilidade e nunca nos sentimos sozinhos.
Quando vivemos para a nossa vontade e para os nossos planos, e as coisas falham e os planos não resultam, muitas vezes desesperamos, atiramos para cima dos outros os nossos falhanços, sentimo-nos sós e derrotados, não aceitamos e fechamo-nos mais em nós próprios.
Agora que começamos a viver para cumprir a vontade de Deus e os Seus planos, quer na vida espiritual, quer na vida material, sentimo-nos mais acompanhados e quando as coisas falham, ficamos tristes é certo, mas aceitamos como fonte de crescimento a contrariedade, voltamo-nos para nós procurando saber onde nos afastámos da vontade do Senhor, humildemente baixamos a cabeça e com a força que nos vem d’Ele recomeçamos segundo a Sua vontade.
Quando vivemos baseados naquilo que na nossa cabeça pensamos que é bem e que é mal, o nosso crescimento é desordenado, os recuos são maiores que os avanços, a paz e a serenidade andam longe e praticamos muitas vezes coisas más, porque nos quisemos convencer que eram boas.
Agora que começamos a viver no que é o bem vindo de Deus, afastando o mal que Ele nos faz reconhecer, o nosso caminho é mais seguro, tem também avanços e recuos, mas os avanços são mais constantes, porque é constante a vontade de nos levantarmos depois de cairmos, a paz e a serenidade tomam conta de nós, porque é no coração que o Senhor coloca o conhecimento do bem e do mal. Não é pela nossa cabeça, mas pelo amor que o Senhor coloca no nosso coração, que crescemos para o bem e morremos para o mal.
Antes a vida era difícil, muitas vezes sem esperança e desacompanhada.
Hoje a vida é difícil, mas vivida na esperança e na companhia daquEle que nunca nos abandona: Jesus Cristo.
Então assim entregues, o Espírito Santo vem até nós e: é uma luz, uma suavidade, um amor, um toque, uma carícia, um carinho, um calor, uma presença que se desenvolve dentro de nós e nos enche por completo...
Escrito em 28 de Novembro de 2001
Joaquim Mexia Alves
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