Constantemente, pões o Teu ombro dorido
debaixo do extremo da minha cruz,
meu querido Senhor justiçado
nesta quarta feira da Paixão;
eu sinto o Teu corpo chagado
juntar-se aos poucos ao meu
e tornar-me leve... leve...
Tu, António, tu podes, eu sei que podes
Oiço-Te sussurrar,
e, eu, não quero acreditar
que possa ser assim
que esta é a minha cruz,
aquela que talhei para mim.
Não foste Tu, Senhor, ah! Não foste tu
quem a fez assim,
rija e de nodoso madeiro.
Fui eu e só eu, o carpinteiro
(AMA, Porto, 2003)
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