D. Manuel Clemente, Pacheco Pereira e Helena Matos falam de Bento XVI e da actual «encruzilhada cultural»
A visita de Bento XVI a Portugal ultrapassa as fronteiras da Igreja Católica e será também um acontecimento relevante do ponto de vista cultura e civilizacional.
A posição foi defendida esta Sexta-feira, em Fátima, numa mesa-redonda intitulada «Visita do Papa Ratzinger numa encruzilhada cultural», na qual participam José Pacheco Pereira, D. Manuel Clemente e Helena Matos, com moderação de José Tolentino Mendonça.
Este último, director do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, lembrou que “encruzilhada cultural é um sintagma caro a Bento XVI” e que “a cultura é hoje um campo decisivo para o que é a missão da Igreja.
Toelntino Mendonça, padre e poeta, diz que este é um Papa que se faz ouvir “para lá dos limites da Igreja”.
Já Pacheco Pereira sublinhou a importância de Bento XVI enquanto intelectual europeu. Elogiando o actual Papa, o deputado e historiador disse que a Igreja “tem de ultrapassar” uma ideia de sobrevivência “assente em mecanismos defensivos de religiosidade popular”.
Sobre esta questão falou D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, para quem o caso de Fátima é um “enorme fenómeno” de religiosidade popular, “um dos maiores da Europa”.
Neste contexto, precisou que a visita papal é um acontecimento fundamentalmente “religioso”, que exige um tratamento diferente.
O prelado defendeu a necessidade de “intensificar o núcleo criativo do Cristianismo”, com consequências no campo das artes e da solidariedade.
Já a jornalista Helena Matos admitiu que, no seu percurso, teve de rever a ideia de que os homens da Igreja falavam só de Deus. Em política, acrescentou, ignorar Deus é um erro “imperdoável”.
“Os Estados podem prescindir de Deus, mas os povos sofrem mais”, assegurou.
Cerca de 175 pessoas participaram no seminário de preparação da visita do Papa, destinado a profissionais da Comunicação Social, iniciativa da Comissão de Comunicação Social da Comissão Organizadora da viagem de Bento XVI a Portugal (11 a 14 de Maio).
(Fonte: site Agência Ecclesia)
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