Santo Efrém (c. 306-373), diácono na Síria, Doutor da Igreja
Diatessaron, 1, 11-13 (a partir da trad. SC 127, p. 49 rev.)
«Zacarias regressou a casa. Passados esses dias, sua esposa Isabel concebeu»
O anjo disse-lhe: «A tua súplica foi atendida». Se Zacarias acreditava que a sua oração seria atendida, rezava bem; se não acreditava, rezava mal. Estava na altura de a sua oração ser atendida; contudo, ele duvidou. Foi portanto justificado que, a partir desse preciso momento, tivesse ficado mudo. Anteriormente, ele rezava para ter um filho; no momento em que a sua oração foi atendida, mudou e disse: «Como é isso possível?» Dado que a sua boca duvidou da sua oração, perdeu a fala. [...] Enquanto Zacarias acreditava, falava; assim que deixou de acreditar, calou-se. Enquanto acreditava, falava: «Eu acreditei, por isso falei» (Sl 115, 10). Porque desprezou a palavra do anjo, esta palavra atormentou-o, a fim de que ele honrasse pelo seu silêncio a palavra que tinha desprezado.
Convinha que ficasse muda a boca que tinha dito: «Como é isso possível?», para que aprendesse a possibilidade do milagre. A língua que estava solta foi presa, para que aprendesse que Aquele que tinha prendido a língua podia desprender o seio. Assim, pois, a experiência instruiu aquele que não tinha aceitado o ensinamento da fé. [...] Ele aprendeu assim que aquele que tinha fechado uma boca aberta podia abrir um seio fechado.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
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