O sofrimento, a doença e a morte fazem parte da vida.
Soa estranho falar destas coisas, não é?
Numa sociedade dominada pelas exigências da produtividade material e regida por critérios de utilidade, num mundo de bem-parecidos e corpos esbeltos e atléticos é esquisito aceitar como parte da vida social corpos desfeitos pela doença ou pessoas marcadas pela dor. Mas a vida humana nunca perde sentido nem dignidade, qualquer que seja a sua idade ou estado de existência
A nota pastoral dos bispos portugueses, ontem publicada, sobre “Cuidar da vida até à morte” ajuda-nos a reflectir sobre isto. Tal como João Paulo II, na sua doença, foi disto mesmo um poderoso exemplo.
Lembram-se?... João Paulo II e tantos outros que, apesar de gravemente doentes ou profundamente limitados, abraçam com disponibilidade e misteriosa alegria as suas dolorosas circunstâncias.
Que o seu exemplo nos ajude a sair deste egoísmo que pretende esconder o sofrimento, como se ele não fizesse parte da vida!
Queremos uma sociedade com lugar para todos. Incluindo os doentes, os idosos e os que sofrem.
Aura Miguel
(Fonte: ‘Página 1’, grupo Renascença, edição de 13.11.2009)
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