Uma homilia do séc. V, atribuída erradamente a São João Crisóstomo
Nº 6 sobre a oração; PG 64, 461 (a partir da trad. De Brésard, 2000 ans A, p. 196 rev.; cf. bréviaire)
«Ensina-nos a orar»
O bem supremo é a oração, a conversa familiar com Deus. Ela é relação com Deus e união com Ele. Tal como os olhos do corpo são iluminados à vista da luz, assim a alma voltada para Deus é iluminada com a Sua inefável luz. A oração não é o efeito de uma atitude exterior, mas vem do coração. Não se limita a horas ou a momentos determinados, mas está em contínua actividade, de noite como de dia. Não nos contentemos com orientar o nosso pensamento para Deus apenas quando estamos em oração; mas quando outras ocupações – como o cuidado dos pobres ou qualquer outra ocupação boa e útil – nos absorvem, é importante associar-lhes o desejo e a lembrança de Deus, a fim de oferecer ao Senhor do universo um alimento muito doce, temperado com o sal do amor de Deus. Podemos daí retirar grande vantagem, ao longo de toda a nossa vida, se a isso consagrarmos boa parte do nosso tempo.
A oração é a luz da alma, o verdadeiro conhecimento de Deus, a mediadora entre Deus e os homens. Por ela, a alma eleva-se ao céu e abraça o Senhor com um aperto inexprimível. Como um lactente a sua mãe, ela grita a Deus chorando, ávida do leite divino. Ela exprime os seus desejos profundos e recebe presentes que ultrapassam tudo que se pode ver na natureza. A oração, pela qual nos apresentamos respeitosamente perante Deus, é a alegria do coração e o repouso da alma.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
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