São Lourenço de Brindisi (1559-1619), capuchinho, Doutor da Igreja
11º domingo depois do Pentecostes, Primeira Homilia, 1.9.11-12; Opera omnia, 8, 124.134.136-138 (a partir da trad. de Delhougne, Les Pères commentent, p. 286)
«Faz tudo bem feito»
A Lei divina narra as obras que o Senhor realizou na criação do mundo e acrescenta: «Deus, vendo toda a Sua obra, considerou-a muito boa.» (Gn 1, 31). [...] O Evangelho conta a obra da Redenção e da nova Criação e diz também: «Faz tudo bem feito» (Mc 7, 37). [...] Seguramente que o fogo, pela sua natureza, não pode irradiar outra coisa que não seja calor: não pode produzir frio. O sol só difunde luz e não pode ser causador de trevas. Da mesma forma, Deus só pode realizar boas obras, visto que é a bondade infinita e a própria luz. É um sol que espalha uma luz infinita, um fogo que dá um calor infinito: «faz tudo bem feito». [...]
A Lei diz que tudo o que Deus fez era bom e o Evangelho que «faz tudo bem feito». Ora, fazer coisas boas não é fazê-las pura e simplesmente bem. Na verdade, muitos fazem coisas positivas sem as fazerem bem: os hipócritas fazem obras benéficas com mau espírito, com uma intenção perversa e falsa. Deus, pelo contrário, faz tudo bom e bem feito. «O Senhor é justo em todos os Seus caminhos e misericordioso em todas as Suas obras» [Sl 145 (144), 17] [...] E se Deus, sabendo que nós descobrimos a alegria no que é bom, fez todas as obras boas para nós e as fez bem, por que não nos propomos fazer de boa vontade apenas obras boas e bem feitas, uma vez que sabemos que é nelas que Deus encontra a Sua alegria?
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
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