Diante de um surdo-mudo que trouxeram à Sua presença,
Jesus, «…erguendo os olhos ao Céu, suspirou e disse-lhe:
‘Efatá’, que quer dizer ‘Abre-te’».
E o milagre aconteceu, e o homem começou a ouvir e a falar.
Há também em mim uma surdez que me emudece.
É uma surdez do coração
que não deixa entrar e operar as verdades ouvidas e ensinadas,
às vezes mesmo, verdadeiras evidências,
que não causam o espanto esperado e devido.
Ouvia esta passagem do Evangelho de S. Marcos
e pensava no milagre tão maior que qualquer cura
que acontecia diante de mim:
o pão e o vinho tornavam-se, carne e sangue de Cristo!
E que fiz eu? Permaneci sereno diante do altar.
Mas… e então o espanto? E a exaltação perante o milagre?
E a gratidão pelo Dom infinito e gratuito
de poder ter o próprio Cristo diante de mim e em mim?
E porque é que não se transformou o meu olhar
sobre a vida e sobre o mundo?
E onde está a certeza de que, sendo assim,
não há mais lugar para a solidão ou tristeza?
E que é feito da alegria contagiante de ser testemunha
Deste facto extraordinário?
E saio da Igreja, contente, sim; grato, também.
Mas… só isto?
Por muito menos, os que assistiram à cura do surdo-mudo,
partiram correndo «cheios de assombro»,
dizendo por todo o lado as coisas admiráveis que Jesus fazia.
Resta-me pedir-Te Senhor
que Te debruces sobre mim,
levantes os olhos para o Pai
e digas de novo, um definitivo: «Efatá!»
Rui Corrêa d' Oliveira
Agradecimento: 'Infovitae'
Nota: vide s.f.f. Evangelho de Domingo dia 6 de Setembro AQUI
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