
Ao falar do convertido no caminho de Damasco o Papa recordou como com Cristo iniciou um novo modo de adorar Deus, um culto pessoal e profundamente verdadeiro porque se realiza com a vida. Com aquele renovar-se interiormente que é o único caminho para transformar o mundo sem se conformar com ele. Para um novo modo de pensar e de ser, não como crianças mas como adultos. Certamente, não no sentido, precisamente infantil, com o qual se chegou a alterar a expressão "fé adulta", vendo nela uma atitude madura e corajosa, eventualmente também contra o magistério da Igreja. Com ironia amarga Bento XVI recordou como neste mundo não se demonstra muita coragem, nas actuais sociedades descristianizadas.
Ao contrário, é adulta a fé que, na verdade, sabe comprometer-se exemplificou o Papa pela inviolabilidade da vida humana desde o primeiro momento e pelo ordenamento, que é natural e cristão, do matrimónio indissolúvel. Opondo-se em nome da verdade, que não pode ser separada da caridade, à mentira. E o compromisso pela verdade que olha para Cristo é profundo: "Nós precisamos de uma razão iluminada pelo coração, para aprender a agir segundo a verdade na caridade", sintetizou Bento XVI.
Desde os estudos e as obras juvenis Joseph Ratzinger, imbuído da tradição cristã, estabeleceu-se como tarefa explicar "o alfabeto da fé" no nosso tempo, e continua a desempenhar este serviço, que é ao mesmo tempo teológico e pastoral, como Sucessor de Pedro. E através do primeiro dos apóstolos olhou mais uma vez para Cristo "bispo das almas" na solene liturgia da entrega do pálio, que exprime também visivelmente a comunhão católica. Para descer no profundo da verdade testemunhada pelos apóstolos e repetir que apesar dos conformismos do mundo e não obstante os inimigos, mais uma vez chamados evangelicamente "lobos" a exemplo de Pedro e de Paulo e de santos como Francisco, o Cura d'Ars e Padre Pio, os bispos e os sacerdotes têm sobretudo a tarefa de abrir os corações e as almas a Deus. Porque só assim é possível tornar presente Deus no mundo e renová-lo.
Giovanni Maria Vian - Director
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