Na Santa Missa e “Te Deum” pelo 188º Aniversário da Independência nacional do Peru
“A globalização pode nos fazer mais próximos, mas não por isso nos faz mais irmãos”, afirmou o Cardeal Juan Luis Cipriani Thorne na Santa Missa e “Te Deum” pelo 188º aniversário pátrio.
A Arquidiocese de Lima assegurou nesta terça-feira que “o desafio de fraternidade é o que dará alma a este grande país. Não somente a partilha de material, mas essa dimensão mais profunda de amor ao próximo, de amor àquele pequeno, àquele ancião que não é um factor de produção, mas um ser humano”.
Durante sua homilia, o Arcebispo de Lima e primaz do Peru, recordou a importância de promover uma perspectiva de vida eterna, propondo uma caridade universal que exigem os tempos actuais. “Nesta urgência está em jogo um ideal maravilhoso, a necessidade de alcançar uma autêntica fraternidade”.
“Não haverá reconciliação em corações cheios de ódio e de mentira”
“Como é perigoso que a memória de um país possa ficar envenenada pelo ódio, pela vingança, pela desilusão, pelas falsas esperanças, por mentiras arraigadas! É necessária uma renovação e uma purificação de nossa memória. A capacidade de futuro do homem e da sociedade dependem das raízes que têm, de como conseguiram acolher em si mesmo o passado e, a partir deste, elaborar critérios de acção e de juízo. Não haverá reconciliação nos corações cheios de ódio e de mentira. Há que se ter a grandeza e a coragem de não deixar-se aprisionar por propostas ideológicas - politicamente correctas, que se espalham neste mundo relativista sem princípios éticos firmes”, assinalou.
O Arcebispo de Lima animou os peruanos a “serem agradecidos aos que ofereceram generosamente suas vidas para devolver-nos a liberdade (do terrorismo)”.
O Cardeal Cipriani recordou que no país deve-se procurar um clima de “confiança social” baseada na ordem e na disciplina, porque para procurar uma “pátria grande e justa” é fundamental a confiança na sociedade.
“Os cidadãos podem e devem expressar livremente suas ideias dentro da lei; desta maneira, as normais discrepâncias geram um tecido vigoroso de vida social, e as forças democráticas facilmente superam qualquer dificuldade, por maior que seja”, exortou.
Agentes políticos e económicas responsáveis
“Se na economia de mercado não se incorpora de maneira séria e normalizada a dimensão ética, não há tal economia e o que resta é um abuso do mais forte sobre o mais fraco. A economia é de índole social, por isso tem a grande oportunidade de recobrar seu rosto profundamente humano”.
Finalmente, o Pastor de Lima recordou que para conseguir esta meta é necessário mobilizar-se com o coração, com vontade, optimismo, firmeza e amor à pátria, a fim de promover uma mudança nos processos económicos e sociais actuais, para alcançar as metas plenamente humanas.
Na cerimónia estavam presentes o Presidente da República, Alan García Pérez, acompanhado pela esposa; o presidente do Congresso, Luis Alva Castro; o presidente do Poder Judiciário, Javier Villa Stein; todos os integrantes do gabinete ministerial; assim como o corpo diplomático e representantes de organismos internacionais acreditados no Peru.
(Fonte: ‘Zenit’ com ligeiríssimas adaptações de JPR)
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