Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 27 de junho de 2009

O coração dos santos e a Igreja - Editorial

Em três dias o Papa rezou diante do coração de dois santos muito populares e queridos à devoção católica moderna: na basílica vaticana ajoelhado diante daquele de João Maria Vianney, o Cura d'Ars falecido há um século e meio e proclamado por Pio XI padroeiro dos párocos, e em peregrinação a San Giovanni Rotondo diante do coração de Padre Pio, o capuchinho estigmatizado do Gargano que deveras reuniu à sua volta uma "clientela mundial", como disse Paulo VI três anos depois da morte do frade.

Se até na empobrecida linguagem comum contemporânea o coração indica o que existe de mais íntimo e profundo na pessoa humana, muito mais significativa é a escolha de Bento XVI de venerar, segundo uma antiga tradição cristã, o coração dos santos. No contexto das celebrações litúrgicas do Sagrado Coração de Jesus e da Virgem, no início do ano que o Papa quis dedicar aos sacerdotes e no proceder das suas visitas na Itália, ritmadas este ano pelas figuras de três santos como Bento, Pio e Boaventura.

O sentido desta escolha simbólica é claro: é a santidade, nos passos de Cristo, o caminho a percorrer para reformar a fundo, precisamente no coração, a Igreja e cada pessoa humana. No dia de Pentecostes Bento XVI recordou a presença do Espírito: de facto, sem ele a Igreja seria apenas um movimento histórico, não obstante grande, ou uma sólida instituição social, "talvez uma espécie de agência humanitária". E em San Giovanni Rotondo o Papa opôs de novo ao "risco do activismo e da secularização" o caminho seguido por Padre Pio: simplesmente "ouvir Cristo para cumprir a vontade de Deus".

Portanto, abrir o coração a Deus e à sua misericórdia. A exemplo e aqui Bento XVI dirigiu-se em particular aos sacerdotes, mas em sentido mais amplo a cada fiel do Cura d'Ars e de Padre Pio, que compreenderam bem a importância da oração e da confissão na sua vida, testemunhando-as e pondo-as à disposição, sem jamais se cansarem, de quem a eles se dirigia. São estes modelos propostos no ano dedicado aos sacerdotes, em contextos sociais e culturais mudados, nos quais "se pode sentir um certo desencorajamento diante da debilidade e até do abandono da fé" nas sociedades secularizadas e face aos quais é então necessário encontrar "novos canais" para comunicar o anúncio cristão.

Em San Giovanni Rotondo, em paralelo com a lucidez habitual da análise repetida também a propósito de fenómenos como os do desemprego ou do acolhimento dos refugiados, difícil, necessária e que se deve prevenir o Papa colocou uma confiança serena, que lhe é de igual modo habitual. A barca da Igreja, assim como a de cada pessoa humana, no mar da vida e no oceano da história, são de facto impelidas pelo sopro do Espírito, que purifica dos pecados e é mais forte que todos os ventos contrários. Compete a cada um abrir o próprio coração a este sopro invisível e poderoso que governa a Igreja e as vicissitudes humanas.

Giovanni Maria Vian - Director

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