“Este é o momento do empenho…... Só a solidariedade pode permitir que se ultrapassem provações assim tão dolorosas”
Foi o secretário pessoal do Papa, Mons. George Ganswein, a ler, no início da celebração, a sentida mensagem pessoal que Bento XVI dirigiu ao bispo de L’Aquila e a todos os fiéis ali congregados, declarando-se “espiritualmente presente” para “partilhar a angústia” das pessoas e “implorar de Deus o repouso eterno pelas vítimas, a rápido restabelecimento dos feridos e, para todos a coragem de continuar a esperar sem ceder ao desânimo”.
“Em momentos como este, permanece fonte de luz e de esperança a fé, que precisamente nestes dias nos fala do sofrimento do Filho de Deus feito homem por nós: que a sua paixão, morte e ressurreição sejam para todos manancial de conforto e abram o coração de cada um à contemplação daquela vida em que já não haverá a morte nem luto nem lamento nem aflição porque as coisas de antes passaram”.
Embora reconhecendo que “a violência do sismo criou situações de singular dificuldade”, Bento XVI declara-se convicto de que “com a empenho de todos se pode fazer face às necessidades mais urgentes”. O Papa afirma ter seguido deste o primeiro momento a evolução deste “devastante fenómeno telúrico” que “se sentiu também no Vaticano”, tendo “notado com apreço o manifestar-se de uma crescente onda de solidariedade”, com os primeiros socorros e “uma acção cada vez mais incisiva, tanto da parte do Estado, como também das instituições eclesiais e de privados”.
Bento XVI assegura que “a Santa Sé tenciona assumir a parte que lhe toca, juntamente com as paróquias, os institutos religiosos e as associações laicais”.
“Este é o momento do empenho, em sintonia com os organismos do Estado, que já estão a actuar meritoriamente. Só a solidariedade pode permitir que se ultrapassem provações assim tão dolorosas”.
A concluir a mensagem, lida pelo seu secretário pessoal, Bento XVI, enviando a todos a sua bênção apostólica, confia à Virgem Maria as “pessoas e famílias atingidas por este tragédia” e, por sua materna intercessão, pede ao Senhor que “enxugue todas as lágrimas e alivie todas as feridas”.
Na homilia, o Cardeal Bertone começou por referir “o mistério da morte”, um “mistério, que nos assusta, que nos faz sofrer”. Contudo – prosseguiu – “estamos aqui para rezar ao Autor da vida, animados pela certeza de que, como afirma a Palavra de Deus, as almas dos justos estão nas mãos de Deus, bom e misericordioso”. “Recolhe-se aqui hoje idealmente a Itália inteira, que também nesta difícil provação tem demonstrado como são sólidos os valores da solidariedade e da fraternidade, que a marcam em profundidade”. “Nesta hora de sofrimento e de profunda desorientação, é a Palavra de Deus a sustentar a nossa fé, a confortar-nos e a dar-nos a certeza de que nada pode vencer a força do amor”. “Não somos feitos para a morte, somos feitos para a vida”.
(Fonte: site Radio Vaticana)
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