Estamos a viver em recessão. A confirmação do facto não tem em si novidade. Sabíamo-lo. Sentíamo-lo. Mesmo antes do Governador do Banco de Portugal nos anunciar, ontem, que o último trimestre de 2008 foi já de acentuada queda do produto.Continuaremos assim. Em contracção, em 2009. Embora longe da queda de três por cento prevista para a Alemanha e abaixo dos valores previstos para Espanha.
Com 60 por cento de hipóteses, o cenário será ainda pior. Para 2010, tudo o que poderemos esperar é a estagnação.
A crise terá, contudo, contornos originais. Muitos perderão o emprego, mas os que o mantiverem -sobretudo na classe média – poderão contar até com uma ligeira folga em resultado da baixa dos juros, do preço dos combustíveis e da inflação. Para estes (e serão a maioria) será hora de fazer tudo para preservar o seu posto de trabalho. Redobrando o esforço, o empenho e a motivação. E será hora para aproveitar para racionalizar os gastos, sem deixar de gastar, mas inscrevendo na agenda de cada um a grave obrigação da solidariedade com os mais pobres.
Às vezes, um olhar sereno sobre a economia pode fazer, por ela, muito mais do que um banho de investimento. A única certeza que podemos ter sobre esta crise é que vencê-la. Demore o que demorar.
Graça Franco
(Fonte: site RR)
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