A taxa oficial de desemprego rondava os 7,7 por cento no terceiro trimestre. É muito mas não reflecte a dimensão social do fenómeno.
Os que nas três semanas anteriores ao inquérito do INE não procuraram activamente emprego, mesmo desempregados, deixam de ser assim contados nas estatísticas.
Estes “inactivos disponíveis", como lhes chamam os dados oficiais, eram 72 mil. Mas a eles juntam-se 64 mil biscateiros. Os que trabalharam poucas horas nas últimas semanas mas gostariam de ter trabalhado mais.
Diz-nos o bom senso que há , assim, pelo menos 135 mil portugueses desempregados que escapam às estatísticas do INE. Fosse outra a metodologia e a taxa de desemprego de 7,7 subiria para 10,1 por cento da população.
O Governo não gosta destas contas porque não são comparáveis com as dos nossos parceiros europeus.
Mas para avaliar a dimensão social do fenómeno convêm contar todos os 536 mil trabalhadores sem emprego que o próprio inquérito regista (e eles representam mais de dez por cento da população!). Quando o ministro das Finanças nos diz que o Plano anti-crise quer ajudar a manter outros 500 mil postos de trabalho, o que nos está a dizer é que é preciso evitar que a taxa de desemprego em Portugal dispare para 20 por cento! Um número perigoso. Porque o risco de explosão social, seria então, bem mais difícil de evitar!
Graça Franco
(Fonte: site RR)
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