Há números que fazem pensar. Os apresentados, por Eduarda Ribeiro, durante a audição pública promovida pela Comissão Nacional Justiça e Paz - na busca de soluções para erradicar a pobreza - fazem-nos pensar duas vezes.
Apesar dos tímidos progressos, conseguidos na última década, em 2006, um quarto da população portuguesa enfrentava ainda o risco de pobreza.
Depois de recebidos todos os apoios do Estado, a taxa média desce, para 18%, mas, entre os idosos, mais de um quarto da população continua em risco de pobreza e, entre as crianças, mais de um quinto.
Entre os que trabalham, 11% enfrenta o mesmo risco e entre os que constituem a população pobre só 10% estão desempregados. Há 35% que trabalha sem conseguir sair da situação de pobreza.
Pior. Portugal é hoje um dos países onde a desigualdade atinge valores mais alarmantes: o rendimento dos 20% mais ricos é quase sete vezes superior ao dos 20% mais pobres.
Hoje, o combate à pobreza não é mais um problema de escassez de recursos, mas da sua correcta distribuição. Passa por a encarar como uma violação grave dos direitos humanos.Trinta e quatro anos depois da conquista da Democracia, a nossa sociedade continua a apresentar um défice de justiça e equidade. Falta travar este novo combate pela cidadania.
Graça Franco
(Fonte: site RR)
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