A facilidade para comunicarmos online possui enormes vantagens, mas seria ingénuo e perigoso pensar que não existem inconvenientes nessa comunicação.
Há uns anos, uma carta demorava dias ou meses a chegar ao seu destinatário. Neste momento, basta possuir uma conexão à internet para que possamos enviar uma mensagem numa questão de segundos. No entanto, convém não esquecer que a rapidez não é o único valor a ter em conta na comunicação com os outros.
Os écrans possuem uma capacidade tão grande de nos prender que, nalgumas ocasiões, podemos ter dificuldade em pensar numa vida plena e feliz offline. Quando nos acontece algo interessante, podemos ter uma certa dificuldade em esperar até chegar a casa para o contar aos nossos familiares que vivem connosco, talvez com um certo receio de que não nos prestem atenção.
Se só comunicamos online e muito pouco offline é evidente que a comunicação cara a cara se ressente, e isso, como é óbvio, deteriora as relações pessoais. Inclusivamente, em momentos da vida em que esperamos que as pessoas sejam mais empáticas como é um caso de um funeral, podemos encontrar a situação de que muitos, sem saber como actuar ou o que dizer, ficam simuladamente a olhar para o telemóvel.
A grande solução está, evidentemente, em encontrar um equilíbrio.
J. Kulaga, professora na Universidade do Arizona, publicou um conjunto de 3 recomendações que podem ajudar a encontrar esse equilíbrio:
1) Deixar de lado as comparações com aquilo que vemos nas redes sociais, já que isso não costuma adequar-se à realidade na qual vivemos.
2) A necessidade de limitar o tempo de uso das plataformas online: deste modo, será possível alcançar metas pessoais com maior rapidez e menos distrações.
3) Passar um tempo de qualidade com os familiares e amigos: os pais que utilizam as redes socias à mesa durante as refeições estão a perder uma oportunidade de ouro de interagir com os seus filhos.
Resumindo: as plataformas online são parte da vida quotidiana, mas temos de aprender a desconectar um pouco delas para poder conectar com a realidade circundante.
Pe. Rodrigo Lynce de Faria
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