Reparemos que, entre as razões para a conversão do mundo pagão, nos primeiros tempos do Cristianismo, fala-se do exemplo daqueles nossos predecessores, os primeiros fiéis batizados, que não perdiam a alegria sobrenatural perante as contrariedades e perseguições que sofreram por amor a Jesus Cristo. No livro dos Atos regista-se expressamente como os Apóstolos, depois de terem sido açoitados por pregarem o Evangelho, saíram alegres da presença do Sinédrio, por terem sido considerados dignos de sofrer por causa do Nome de Jesus[4].
Também agora, a alegria sobrenatural e humana dos seguidores de Cristo, mesmo no meio das maiores contradições, há de ser como um íman capaz de atrair os que se encontram imersos na tristeza ou no desespero, porque não sabem quanto Deus os ama. «O cristão vive na alegria e no assombro graças à Ressurreição de Jesus Cristo. Como vemos na Primeira Carta de S. Pedro (1, 3-9), mesmo que sejamos afligidos pelas provações, nunca nos será tirada a alegria do que Deus fez em nós (...). O bilhete de identidade do cristão é a alegria: a alegria do Evangelho, a alegria de ter sido escolhido por Jesus, salvo por Jesus, regenerado por Jesus; a alegria pela esperança de que Jesus nos espera, a alegria que – mesmo nas cruzes e sofrimentos desta vida – se manifesta de outra maneira, que é paz com a segurança de que Jesus nos acompanha, está connosco. O cristão faz crescer essa alegria com a confiança em Deus» [5].
Neste contexto de fé e de esperança teologais, compreende-se a firmeza com que o nosso Padre podia afirmar que a alegria é um bem cristão, que possuímos enquanto lutarmos, porque é consequência da paz [6], além de ter as raízes em forma de Cruz [7].
Um cristão que se sabe filho de Deus não se deveria deixar confundir pela tristeza. Poderá sofrer no corpo e na alma, mas mesmo então, a consciência da sua filiação divina, despertada nele pela ação do Espírito Santo, vai-lhe dar nova energia para ir para a frente, semper in laetitia! Como S. Josemaria aconselhava, enquanto lutarmos com tenacidade, progredimos no caminho e santificamo-nos. Não há nenhum santo que não tenha tido que lutar duramente. Os nossos defeitos não nos devem levar à tristeza nem ao desânimo. Porque a tristeza pode nascer da soberba ou do cansaço: mas nos dois casos, quem recorre ao Bom Pastor e fala claramente, encontra o remédio adequado. Há sempre solução, mesmo que se tenha cometido um erro muito grave! [8]
[4]. At 5, 41.
[5]. Papa Francisco, Homilia em Santa Marta, 23-V-2016.
[6]. S. Josemaria, Forja, n. 105.
[7]. S. Josemaria, Forja, n. 28.
[8]. S. Josemaria, Carta 28-III-1955, n. 25.
(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei excerto da carta do mês de julho de 2016)
© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei
[5]. Papa Francisco, Homilia em Santa Marta, 23-V-2016.
[6]. S. Josemaria, Forja, n. 105.
[7]. S. Josemaria, Forja, n. 28.
[8]. S. Josemaria, Carta 28-III-1955, n. 25.
(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei excerto da carta do mês de julho de 2016)
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