Decidir estudar é uma escolha que cada um de nós está chamado a fazer durante toda a sua vida – não só no tempo da escolaridade obrigatória. Se a escolha é entre estudar ou aborrecer-se sem fazer nada, a probabilidade de nos decidirmos a abrir um livro é bastante alta.
No entanto, a dicotomia hodierna não costuma ser esta.
A escolha costuma ser entre estudar, consultar o Instagram, ver a última série de que todos falam ou navegar na internet. Evidentemente que, neste caso, a probabilidade de começar a estudar diminui drasticamente.
Porque estudar exige sempre esforço, e qualquer das outras actividades são muito mais apetecíveis e prazenteiras. E nós substituímos a cultura do esforço pela do gosto e pensámos que tudo continuaria igual!
Como me dizia um aluno universitário noutro dia:
─ Hoje não vou à sala de estudo da Universidade porque preciso mesmo de estudar.
─ Talvez fosse melhor mudar o nome da sala.
─ Não adianta. Já existe uma sala de computadores, mas há por lá demasiada confusão. Todos preferem “navegar” na sala de estudo.
─ Então a solução seria haver uma sala de estudo sem internet.
─ Impossível. Ninguém estuda sem internet. Além de que uma sala na Universidade sem net iria contra os direitos humanos dos alunos.
Estudar requer tempo e sossego ─ dois “luxos asiáticos” na nossa avançada sociedade tecnológica.
Que podemos fazer?
Voltar a recuperar a cultura do esforço que se perdeu devido à síndrome lúdica defendida por muitos pedagogos. «Aprenda a brincar» pode ser um lema válido para os tempos livres, mas nunca para a escola.
Qualquer aprendizagem, que o seja de verdade, requer esforço e estudo sem distrações.
E atenção ao pormenor: vivemos num tempo em que a capacidade para nos distrairmos é assustadoramente grande!
Pe. Rodrigo Lynce de Faria
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