É interessante que seja necessário um congresso em Londres para recordar aquilo que todos nós intuímos como verdadeiro: a família possui um efeito humanizador nos seus membros e naqueles que com eles convivem.
Foi no passado mês de outubro de 2019 que a International Federation for Family Development (IFFD) teve o seu XX Congresso Mundial com o título “A família, o rosto do humano”. No total estiveram presentes 1300 pessoas procedentes de 70 países (também estivemos representados) para compartilharem experiências e se formarem naquela que é de longe a empresa mais importante das suas vidas: a sua família.
Neste tempo sofisticado, tecnológico e, muitas vezes, confuso, que em muitas ocasiões exalta, e noutras humilha e procura anular, o que é especificamente humano, vale a pena voltar àquilo que é essencial, para não corrermos o risco de nos perdermos nos caminhos da vida.
E a família é essencial, por muito que atualmente haja pessoas que nos tentem convencer com sofisticadas fórmulas sociológicas e psicológicas de que esta afirmação é um bocado exagerada e com cheiro a mofo.
Como diz o próprio título do congresso, a família é o rosto do humano: é o lugar onde a pessoa humana está chamada a nascer, crescer, amar e morrer. Nada mais nada menos do que as “atividades” mais importantes da nossa curta passagem por este mundo.
Ao contrário da maioria dos animais, nós nascemos biologicamente indigentes. Necessitamos de uma mãe que nos acolha com um amor consciente e esforçado e nos mantenha vivos durante os primeiros anos. Além disso, ao contrário dos animais, não nos bastam o alimento e o refúgio para sobrevivermos.
Necessitamos de algo especificamente humano e profundamente humanizador: o carinho, o contacto, a voz, a carícia. Sem isto, como demonstraram funestas experiências sociológicas, não conseguimos sobreviver.
E conscientes de que somos da nossa mãe graças também ao nosso pai, necessitamos de que este rodeie a nossa mãe desse amor que um dia lhe prometeu e permaneça ao nosso lado como alguém que nos protege e nos ajuda a crescer.
Pe. Rodrigo Lynce de Faria
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