Desprendimento
São Marcos relata,
no Evangelho que escreveu, uma “cena” entranhável que ficou, para sempre,
conhecida com o nome: “O
Jovem Rico”. (Mc 10, 17-30)
É, pode dizer-se,
toda uma dissertação de Jesus Cristo sobre o DESPRENDIMENTO pessoal dos que,
por decisão própria, se dispôem a segui-Lo.
Percebe-se
clarissimamente que se trata de uma condição “sine
qua non”, ou seja, sem desprendimento
pessoal não é possível seguir Jesus.
Que
as riquezas, a abundância, exigem um esforço de desprendimento, por vezes,
muito grande, parece-me uma realidade.
Mas,
a pobreza, a escassez de meios, não pedem, igualmente, um empenhamento sério
para o conseguir?
No
primeiro caso é o desprendimento do que se tem; no segundo, trata-se de não
estar preso ao que se gostaria de ter.
Aqui,
o oferecimento do sacrifício das privações, facilita à alma desprender-se; já
no primeiro, este esforço pode ser ajudado pelas acções de bem-fazer que a
situação permite.
Em
ambos os casos, porém, a maior “ajuda” virá das acções que o primeiro leve a
cabo com a abundância que lhe permite fazer o bem e, o segundo, pela escassez
que o ajuda a alcançar merecimentos. (AMA, reflexões)
Concluo, portanto, que não tenho outro
caminho que não seja fazer exame – frequente – sobre este tema: estou, de
facto, desprendido do que tenho – ou penso ter – e, também dos desejos de possuir?
Este exame deve levar-me a um propósito e a
um pedido:
O propósito será de correcção e vigilância;
O pedido – porque reconheço a minha pouca
“força” – deverá ser:
Ajuda-me, Senhor, a ser desprendido, a estar
livre de quaisquer “amarras” que, de alguma forma, impeçam ou condicionem o meu
desejo de Te seguir. Anjo da Minha Guarda, ajuda-me neste propósito.
(AMA, 2018)
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