Adquirir bons hábitos possui uma enorme importância na formação da personalidade de cada um de nós. Além da natureza biológica que recebemos dos nossos pais, a educação e a formação dão-nos como que uma “segunda natureza”.
No começo, a educação baseia-se muito em repetir sempre os mesmos actos que aprendemos dos nossos pais e educadores e que nos permitem “construir” o nosso modo de ser.
Depois, na juventude, tornamo-nos como que pais e mães de nós próprios e, através do exercício da nossa liberdade, tomamos diferentes caminhos formativos que nos parecem mais oportunos.
Apesar de todos os condicionamentos exteriores, que possuem uma influência inegável, não nos podemos esquecer de que a liberdade nos oferece uma dupla possibilidade: seguir uma conduta digna e “lógica” de acordo com a nossa natureza ou seguir uma conduta indigna e, por isso mesmo, patológica (não saudável, não de acordo com a natureza).
Por isso, adquirir bons hábitos desde a juventude, que nos permitam construir harmonicamente a nossa personalidade humana, possui uma importância difícil de exagerar.
Toda a repetição pressupõe, em maior ou menor grau, força de vontade. Mas parece que, hoje em dia, falar de força de vontade não é politicamente correcto numa sociedade que pôs acima de tudo a deusa “Liberdade”.
Convém recordar que exaltar a liberdade dos jovens sem lhes falar do necessário cultivo da força de vontade sempre gerou na História grandes aberrações e sofrimentos.
Porque sem o cultivo da força de vontade, a personalidade do jovem fica completamente à mercê duma lei que escraviza e faz muitos estragos: a Lei do Gosto. Isto já o dizia um senhor chamado Aristóteles.
Uma pessoa que se propõe como algo importante na sua vida levantar-se todos os dias pontualmente e, depois, não consegue fazê-lo, está a “contradizer-se livremente”. Não lhe falta liberdade: falta-lhe força de vontade.
Estou convencido de que a maioria dos nobres ideais juvenis não fracassam por falta de liberdade, meios ou até entusiasmo. Fracassam, pura e simplesmente, por falta de força de vontade.
Pe. Rodrigo Lynce de Faria
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