Uma proposta diária de oração pessoal e familiar.
40º Dia. Segunda-feira da terceira semana da Páscoa, 27 de
Abril de 2020.
Meditação da Palavra de Deus (Jo 6, 22-29)
Trabalhai!
“Ao
encontrá-l’O no outro lado do mar, disseram-Lhe: ‘Mestre, quando chegaste
aqui?’. Jesus respondeu-lhes: ‘Em verdade, em verdade vos digo: vós
procurais-Me, não porque vistes milagres, mas porque comestes dos pães e
ficastes saciados. Trabalhai, não tanto pela comida que se perde, mas pelo
alimento que dura até à vida eterna e que o Filho do homem vos dará.”
O evangelista
São João dá conta de uma misteriosa viagem que Nosso Senhor fez, ao “caminhar
sobre as águas”. De facto, foi desse modo insólito que cruzou o mar, que os
seus discípulos já tinham atravessado na barca. Por isso, quando os que O procuravam,
sabendo que não tinha ido na barca, O viram na outra margem, ficaram
intrigados. Mas os apóstolos sabiam como a deslocação ocorrera, porque não era
a primeira vez que Jesus o fazia. Noutra ocasião, quando os apóstolos, em pleno
mar, faziam frente a uma grande tempestade, Jesus, que ficara em terra para
orar, foi ter com eles, andando sobre as águas.
O episódio
era verdadeiramente extraordinário e invulgar, mas Nosso Senhor aproveita a
circunstância para recordar algo muito ‘ordinário’ e comum: a vocação
universal ao trabalho. De facto, já em Adão tinha sido dito que essa é a missão
do homem sobre a terra: com o seu trabalho, cuidar do jardim – o universo – que
lhe foi confiado. O próprio Jesus não desdenhou essa vocação, pois toda a sua
vida terrena foi de trabalho: primeiro, um trabalho manual, como artesão em
Nazaré; depois um trabalho intelectual, como Mestre.
Mas não basta
que o cristão trabalhe para garantir o seu sustento e o da sua família. Também
não é suficiente que, com o seu trabalho bem feito, contribua para o bem comum.
É preciso que esse trabalho seja igualmente um meio de santificação e de
apostolado, ou seja, tenha relevância sobrenatural. Como? Oferecendo o trabalho
a Deus, fazendo dele, pela sua perfeição, uma oração e sacrifício e, sobretudo,
um serviço aos irmãos, com rectidão de intenção.
Parte
importante do apostolado dos leigos é o que podem e devem realizar com o seu
trabalho profissional: são necessários milhares de operários, médicos,
advogados, professores, políticos, pescadores, jornalistas, empresários,
camponeses, enfermeiros, investigadores, cientistas, etc., que, com o seu
trabalho bem feito, ponham a Cristo no cume de todas as actividades humanas.
Alguém disse
que as catedrais medievais, que ainda hoje contemplamos com admiração, foram
construídas com fé. Sim, fé, geometria e trabalho. Que não falte, ao cristão do
século XXI, a fé dos seus antepassados, nem o seu conhecimento e trabalho!
Intenções para os mistérios gozosos do Santo Rosário
de Nossa Senhora:
1º - A anunciação do Anjo a
Nossa Senhora. Maria, quando recebeu o Anjo, talvez estivesse entregue aos
seus trabalhos, que depois terá continuado a realizar, mas com uma nova alegria
e dedicação. Que o nosso Anjo da Guarda nos ensine a pôr muito amor de Deus em
tudo o que fazemos.
2º - A visitação de Nossa
Senhora a sua prima Santa Isabel. Maria foi a casa da sua prima para a
servir. Que Nossa Senhora nos alcance a graça desse mesmo espírito de serviço
em todos os nossos trabalhos.
3º - O nascimento de Jesus em
Belém. Ante as evidentes incomodidades e carências daquele estábulo, é
certo que Maria, nem José, se queixaram. Saibamos oferecer a Deus, com alegria,
as contrariedades profissionais.
4º - A apresentação de Jesus
no templo e a purificação de Nossa Senhora. Para cumprir com o que a lei
estabelecia, Maria e José fizeram uma oferta ao templo. Procuremos oferecer a
Deus todo o nosso dia, logo na nossa primeira oração
diária.
5º - O Menino Jesus perdido e
achado no templo. Se trabalharmos sempre com rectidão de intenção, nunca
nos pesará a injustiça dos homens, porque será do Céu que esperaremos
recompensa. Trabalhemos sempre com visão sobrenatural.
Para ler, meditar e partilhar! Obrigado e até amanhã, se
Deus quiser!
Com amizade,
P. Gonçalo Portocarrero de Almada
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