Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

segunda-feira, 20 de abril de 2020

ESTADO DE EMERGÊNCIA CRISTÃ

Uma proposta diária de oração pessoal e familiar.

33º Dia. Segunda-feira da segunda semana da Páscoa, 20 de Abril de 2020.

Meditação da Palavra de Deus (Jo 3, 1-8)

Razão e fé

“Havia um fariseu chamado Nicodemos, que era um dos principais entre os judeus. Foi ter com Jesus de noite e disse-Lhe: ‘Rabi, nós sabemos que vens da parte de Deus como mestre, pois ninguém pode realizar os milagres que Tu fazes se Deus não está com ele’.”

Curiosa e até um pouco paradoxal esta personagem evangélica: fariseu e … amigo de Jesus! Mais ainda, quando todos os apóstolos, com a excepção de João, e demais discípulos abandonaram o Mestre, por ocasião da sua paixão e morte, Nicodemos dá a cara por Cristo, diante de Pôncio Pilatos, o homem que, sabendo-O inocente, O tinha condenado á morte. Nicodemos, com José de Arimateia, obtiveram até o privilégio de sepultar Jesus, quando o normal era que os corpos dos crucificados ficassem, para seu opróbrio, nas suas respectivas cruzes, até se descomporem.

Embora fariseu, Nicodemos sente-se interpelado pela abundância de sinais que acompanham o magistério de Jesus de Nazaré. Naqueles tempos, em que Israel estava ocupado pelo exército romano, abundavam os guerrilheiros que, como Barrabás, pretendiam, por meios mais ou menos pacíficos, restaurar a perdida independência da nação judaica. Frente a estes ‘messianismos’, era prudente que a autoridade religiosa, nomeadamente o Sinédrio, agisse com cautela, para não embarcar em aventuras políticas que poderiam ser a desgraça do povo judaico e que, com efeito, levariam à sua destruição, no ano 70 da era cristã.

Contudo, este fariseu tinha uma especial perspicácia e, por isso, deu-se conta de que aquele Rabi da Galileia não era como os outros. Não apenas pela sublimidade dos seus ensinamentos, ou a exemplaridade da sua vida, mas sobretudo pelos seus milagres, tão abundantes que não se podia negar o carácter verdadeiramente sobrenatural da sua missão: “ninguém pode realizar os milagres que Tu fazes se Deus não está com ele”.

É verdade que a fé é um dom de Deus, mas não só não se opõe à razão como a requer e pressupõe. É pela razão que Nicodemos se apercebe que os milagres, protagonizados por Jesus Cristo, são um sinal de Deus. Uma fé sem razão não seria humana: mais não seria do que crendice, ou superstição. Por isso, Jesus Cristo não só disse que era Deus, como deu provas de que o era: a nossa fé é também racional, pois seria irracional acreditar na divindade do Filho de Maria se Ele próprio não nos tivesse dado razões para crer que é, também, o Filho unigénito de Deus.

Dizia Santo Agostinho: entende, para que creias e crê para que entendas. Sem razão, não há fé e, sem fé, a razão fica limitada à sua própria finitude, não consegue ultrapassar os limites do que é humano e temporal. Façamos, pois, nossa a oração daquele homem crente, que sentia a urgência de crescer nesta virtude teologal: Senhor, eu creio, mas aumenta a minha fé! (Mc 9, 24).

Intenções para os mistérios gozosos do Santo Rosário de Nossa Senhora:

1º - A anunciação do Anjo a Nossa Senhora. A mensagem do Anjo não foi precedida ou acompanhada por quaisquer manifestações extraordinárias, porque a fé de Maria as não requeria, cheia de graça como já então era. Que Maria nos alcance a graça de uma tal fé!

2º - A visitação de Nossa Senhora a sua prima Santa Isabel. É a esperança que anima Maria na sua viagem a casa da sua prima, para a ajudar no nascimento de João Baptista, mas também para lhe anunciar a vinda do Messias, já presente no seu seio virginal. Senhora, que a vossa esperança seja também luz para os nossos passos e missão!

3º - O nascimento de Jesus em Belém. Naquela miserável gruta, em que uma manjedoura teve que servir de berço ao recém-nascido, tudo falta a Jesus, excepto o amor de Maria e de José. Que Maria nos alcance a graça de ser testemunhas da caridade cristã nas nossas famílias.

4º - A apresentação de Jesus no templo e a purificação de Nossa Senhora. Na sua obediência à lei, Maria, que não carecia de nenhuma purificação, porque era desde sempre “cheia de graça”, ensina-nos o caminho da humildade, na obediência a Deus e à sua Igreja.

5º - O Menino Jesus perdido e achado no templo. Maria e José oferecem-nos, neste mistério, um maravilhoso exemplo de fortaleza e de fidelidade. Que Nossa Senhora e o Santo Patriarca nos alcancem a graça de uma análoga perseverança na fidelidade a Deus.

Para ler, meditar e partilhar! Obrigado e até amanhã, se Deus quiser!

Com amizade,
P. Gonçalo Portocarrero de Almada

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