Uma proposta diária de oração pessoal e familiar.
30º Dia. Sexta-feira da oitava da Páscoa, 17 de Abril de 2020.
Meditação da Palavra de Deus (Jo 21, 1-14)
Reconhecer Jesus no próximo
“Disse-lhes Simão Pedro: ‘Vou pescar’. Eles – Tomé, Natanael, os filhos de Zebedeu e mais dois discípulos – responderam-lhe: ‘Nós vamos contigo’”.
No prólogo a esta terceira aparição do divino ressuscitado aos apóstolos – para Simão Pedro, era esta a quarta aparição de Jesus, porque o Senhor apareceu-lhe, só a ele, no próprio dia da sua ressurreição – João, um dos “filhos de Zebedeu”, narra um episódio muito prosaico: os apóstolos que eram pescadores – talvez por isso não se mencione Mateus, que o não era – decidem pescar. É verdade que o senhor tinha ressuscitado ao terceiro dia, como Ele profetizara, mas esse facto glorioso não era impedimento para que, na medida em que a missão apostólica o permitisse, continuassem a exercer os seus próprios trabalhos profissionais.
É no decorrer dessa pesca que Jesus se manifesta, não pela sua aparência, que eles não reconhecem, nem pela sua voz, que ouvem, mas também não conseguem identificar, mas pela extraordinária abundância da pesca onde, precisamente pouco antes, nada tinham pescado. Ante aquele surpreendente resultado, João não tem qualquer dúvida de que a ordem de lançar as redes para a direita do barco só podia proceder do Senhor e, por isso, Pedro, veste a túnica, que tinha tirado para melhor lançar e recolher as redes, lança-se ao mar, para ir ao encontro de Jesus.
Mas, não é estranho que, apesar de ser esta a terceira, ou quarta, vez que os apóstolos se encontram com Jesus ressuscitado, nenhum O reconheça?! Seria mesmo Ele?! Eles, que estavam tão habituados ao timbre da sua inconfundível voz, como é que O não identificam, quando lhes fala da margem?! É certo que poderia estar a alguma distância da barca, mas não tanta que não pudessem estabelecer entre si um diálogo.
É verdade que a aparência do Corpo glorioso do Senhor Jesus não era sempre a mesma, nem era idêntica à sua anterior fisionomia. Mas é o seu mesmo Corpo, embora glorioso, e é Ele mesmo, como aliás nenhum dos apóstolos duvida: “Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar-Lhe: ‘Quem és Tu?’, porque bem sabiam que era o Senhor”.
Talvez Jesus tenha querido aparecer de tantas formas para que, em todos os nossos irmãos, O saibamos reconhecer, porque é neles que o Senhor Jesus quer ser por nós amado. Senhor Jesus, faz com que eu Te veja nos meus familiares, amigos, colegas e em todos os que são Tua imagem e semelhança! Senhor Jesus, faz com que eu Te oiça na voz do meu próximo, porque sei que, também agora, pelo milagre da caridade, estás disposto a encher as nossas redes vazias com frutos abundantes de santidade e de apostolado.
Intenções para os mistérios dolorosos do Santo Rosário de Nossa Senhora:
1º - A oração de Jesus no horto. Como Jesus sabia que o cansaço iria servir de desculpa para adiar ou omitir a oração, disse-nos que só n’Ele acharíamos descanso para as nossas almas (Mt 11, 29). Não será que é, precisamente porque não rezamos, que estamos cansados?!
2º - A flagelação de Jesus. O que mais dói não é o sofrimento físico, mas a incompreensão ante a dor. Que o Senhor ilumine todos os doentes, para que descubram o sentido redentor dos seus padecimentos.
3º - A coroação de espinhos. Como é ridícula a soberba humana e quantos homens se deixam por ela escravizar. Um propósito: não trocar a coroa de espinhos por nenhuma vaidade terrena.
4º - Jesus com a cruz às costas. Não obstante as três quedas, Jesus leva, até ao topo do monte Calvário, a Cruz. Que difícil é terminar bem a tarefa iniciada! Quantas vezes é esta a Cruz que o Senhor nos pede que carreguemos, seguindo-O.
5º - Jesus morre na Cruz. A propósito da morte da filha de Jairo e de Lázaro, Jesus disse que estavam simplesmente adormecidos, mas que os vai acordar. Quantas pessoas adormecidas á nossa volta, porque as suas almas estão mortas pelo pecado!
Para ler, meditar e partilhar! Obrigado e até amanhã, se Deus quiser!
Com amizade,
P. Gonçalo Portocarrero de Almada
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