O Senhor ouve-nos para intervir, para Se meter na nossa vida, para nos livrar do mal e encher-nos de bem: eripiam eum et glorificabo eum, Eu o livrarei e o glorificarei, diz do homem. Portanto: esperança do Céu. E aqui temos, como doutras vezes, o começo desse movimento interior que é a vida espiritual. A esperança da glorificação acentua a nossa fé e estimula a nossa caridade. E, deste modo, as três virtudes teologais – virtudes divinas que nos assemelham ao nosso Pai, Deus – põem-se em movimento. (...)
Não é possível deixar-se ficar imóvel. É necessário avançar para a meta que S. Paulo apontava: não sou eu quem vive; é Cristo que vive em mim. A ambição é alta e nobilíssima: a identificação com Cristo, a santidade. Mas não há outro caminho, se se deseja ser coerente com a vida divina que, pelo Baptismo, Deus fez nascer nas nossas almas. O avanço é o progresso na santidade; o retrocesso é negar-se ao desenvolvimento normal da vida cristã. Porque o fogo do amor de Deus precisa de ser alimentado, de aumentar todos os dias arreigando-se na alma; e o fogo mantém-se vivo queimando novas coisas. Por isso, se não aumenta, está a caminho de se extinguir. (Cristo que passa, 57–58)
São Josemaría Escrivá
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