Viver juntos, antes do matrimónio, contribui para que o casamento seja muito mais frágil. Esta afirmação está bem estudada, documentada e certificada.
Qual é o motivo dessa maior fragilidade? Não existe no ambiente hodierno a ideia de que juntar-se é o melhor modo de preparar-se para o casamento?
Budziszewski, professor de filosofia da Universidade do Texas, recorda que existe uma diferença essencial e radical entre casar-se e juntar-se.
«O que procuram as pessoas que se casam é precisamente isso: adquirir um compromisso para sempre. Pelo contrário, o que procuram as pessoas que se juntam é diametralmente oposto: não ter nenhum compromisso, pelo menos para já».
Ora, como pode a ausência de compromisso ser uma boa preparação para um compromisso definitivo?
O facto de que o futuro de uma relação provisória seja incerto – dado que se dá por assente que não é para toda a vida – faz com que os dois tenham muito menos incentivos para “investir” nessa relação. O que, por sua vez, aumenta o grau de “fragilidade” desse relacionamento.
A insegurança dessa relação experimental acaba por cristalizar num estilo de vida calculista: «Porque é que me vou dar totalmente a alguém que não tem intenção clara de se comprometer comigo para sempre?».
Se, no final, decidem que a sua relação experimental chegue ao casamento – coisa que, na maioria dos casos, não acontece – o hábito calculista pode-se manter de um modo subtil.
Também existe um grau diferente de consciência com que uns e outros chegam ao casamento.
Para os que não vivem juntos, casar-se costuma ser uma decisão muito pensada e ponderada.
Pelo contrário, entre aqueles que vivem juntos, é muito frequente o tender a “deslizar” para o casamento, mais como fruto de uma certa inércia – porque surgiu um filho, ou porque os familiares insistem – do que de uma decisão consciente e livre.
Pe. Rodrigo Lynce de Faria
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