As feministas radicais, os negros e os muçulmanos do politicamente correto, os gays e os transexuais: esta
multidão domina o espaço mediático e académico do ocidente em geral e dos EUA em particular. Os filmes, as reportagens,
as séries, os livros, as palestras seguem sempre
o ângulo da vitimização destas personagens às mãos de um homem de palha: uma poderosíssima maioria branca e cristã. Isto não faz sentido. Apesar de ter a hegemonia gramsciana do espaço mediático, apesar das leis já refletirem os seus desejos, esta grande coligação politicamente correcta continua a
desempenhar o papel de vítima. Mas, na verdade, é a maior produtora de intolerância da sociedade: há décadas que goza ou diaboliza abertamente as crenças cristãs. Gozar com o cristão, sobretudo com o cristão branco sem gospel, passou a ser o único “racismo” aceitável.
Já é tempo de acabarmos com esta narrativa. Aliás, se queremos mesmo recuperar um chão comum, temos de destruir as duas faces da mesma moeda, a intolerância de Trump, que é uma contra-resposta à intolerância do politicamente correto. Não faz sentido falar do cristão branco como um vilão, porque ele está numa posição de fraqueza cultural e mediática. Passámos os últimos 50 anos em revolução de costumes, aliás, a heterodoxia da contra-cultura dos anos 60 e 70 é hoje em dia a grande ortodoxia. Além de ortodoxo, este politicamente correto é intolerante sobre o presente e sobre o passado. Nas últimas décadas, o ethos cristão, do aborto ao ensino, teve apenas duas respostas do mainstream:
ou o gozo aberto, ou a diabolização aberta. E toda a civilização ocidental, do cristianismo ao iluminismo, da ciência à arte, tem sido vilipendiada.
São Paulo, Kant ou Kipling são desautorizados como “imperialistas” todos os dias nas escolas, faculdades e imprensa. Trump é uma revolta de pessoas que passaram as últimas décadas a serem humilhadas nos seus valores diariamente por esta atitude anti-cristã e anti-ocidental. As tais marchas da semana passada (2017) não são marchas de vítimas, são marchas dos donos deste sistema cultural,
académico, mediático. Lamento, mas a vítima não é a feminista radical que acha que o Roe Vs. Wade é maravilhoso, a vítima é a mulher cristã; a vítima não é o negro do “Black Lives Matter”, é o evangélico; a vítima não é o gay, que os média tratam como nobre de sangue azul, a vítima é o cristão.
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