A grande diferença entre o ser humano
e o animal é que o ser humano não é “algo”: é “alguém”. Possui a dignidade de
ser uma pessoa.
Isso significa que é um ser capaz de
se possuir pela vontade e capaz de se compreender pela inteligência.
Um ser que tem a capacidade de
reconhecer que não se deu a si mesmo a existência e, por isso, pode abrir-se à
infinitude do seu Criador.
No encontro pessoal com Jesus
Cristo, descobrimos quem realmente somos: filhos de Deus, destinatários de um
Amor infinito.
Mas, atenção!
Esta verdade (sou filho de Deus) não
pode ser uma simples afirmação que entendo com a inteligência e não muda nada
na minha vida do dia-a-dia. Deve ser semelhante a uma “faísca” que provoca um
autêntico incêndio de Amor.
Foi isto que aconteceu com os
santos!
A alternativa diante do Criador não
é “submeter-se” ou “revoltar-se”. Quem tem esta visão, diz-nos S. João, não
conhece verdadeiramente a Deus, porque “Deus é Amor”.
A verdadeira alternativa é
“fechar-se ao Amor” ou “deixar-se Amar”. E todos nós percebemos que só a
segunda nos faz felizes.
Como dizia Paulo VI, canonizado no
passado dia 14 de Outubro, «acreditar em Deus não significa simplesmente
acreditar em que Ele existe, mas sim, acreditar em que Ele me ama».
Há pessoas que acreditam em que Deus
existe e, mesmo assim, perdem o bom caminho ou não se decidem a percorrê-lo.
Pelo contrário, ninguém perde o bom caminho se mantém firme a fé no Amor de
Deus por ele.
Foi isto o que fez São Paulo VI.
Apesar de todas as “perseguições” que sofreu, sobretudo pela encíclica
profética que escreveu a defender o amor humano genuíno, nunca duvidou do Amor
de Deus por ele.
Pe. Rodrigo Lynce de Faria
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