Acabei de chegar da Terra Santa. Uma semana extraordinária em que o tempo e o espaço param para que possamos mergulhar na vida daquele Homem que disse ser o Filho de Deus e Rei de toda a Criação. E É-o de facto!
Foi a 6a vez que pisei, escutei, olhei e vi aquela Terra bendita. Uma Terra que nos interpela não pela beleza especial, ou pela imponência arquitectónica, ou até por algum sinal especial. Interpela pelo contraste real da pura normalidade da Galileia com a tensão impressionante de Jerusalém.
Os 30 anos na Galileia, calmos e normais da vida oculta de Jesus, que começa numa casinha pobre e humilde naquele momento de Imenso mistério da Encarnação de Deus em Maria; uma infância com momentos de pobreza e sobressalto, como o nascimento numa gruta em Belém; a normalidade de uma vida comum entre família e amigos, começando por aprender como qualquer criança e depois o seu ofício de carpinteiro.
É também na pacifica, simples e bonita Galileia que começa a manifestar a Sua divindade, naqueles últimos 3 anos de vida pública, convidando os seus amigos e mais próximos a seguirem-n’O, cumprindo a missão para a qual encarnara. Esses amigos, gente simples, escolhidos um a um a quem educou, ensinou, riu, chorou e partilhou dias e ainda todos aqueles a quem curou o corpo e alma sempre que d’Ele se aproximavam. Jesus, esse Homem sempre cheio de paciência, manso e humilde de coração falou a todos e cada um em particular. Cumprindo tudo o que se dizia d’Ele desde sempre e dando exemplo, nos passos bem concretos e que indicavam o caminho até ao grande Mistério que se iria dar no final da Sua Vida terrena.
Antes de chegar a Jerusalém fizemos a experiência do Deserto, procurando no silencio que só o Deserto pode dar, parar para pensar e guardar no coração a experiencia da Galileia. Ali naquele lugar nu, lembramos os 40 dias de fome e sede, de tentações e de consolo, que Ele o Rei do Universo passou...
Chegámos a Jerusalém de noite e de lá olhámos e vimos a cidade sobre a qual Jesus chorou. Ali estivemos 3 dias para fazer memória desses últimos 3 dias da Sua vida terrena: A Paixão: Condenação, Morte e depois a Ressurreição. 3 dias que são o grande mistério da nossa fé. Um mistério tão grande quanto real!
Jerusalém é a cidade mais enigmática, mais tensa, e ao mesmo tempo mais rica do Mundo. Sente-se um íman..., 3 religiões ( todas elas divididas em muitas outras e com os lugares mais importantes de todas elas), 2 « países », várias línguas, culturas, e muitos mais. Nesses 3 dias que ali passamos, fizemos memória de cada gesto, cada passo e cada dor de Jesus, que é como mergulhar na eterna História do Homem pecador com o incomensurável Amor de Deus.
Pessoalmente voltei com a convicção profunda e confirmada que Jesus é o Único que nos pode salvar do Pecado e encher de esperança na Vida eterna. Só Ele tem a pedagogia que o Homem precisa para salvar: paciência, e um tão grande Amor a cada um de nós, ou não fosse Ele quem os criou!!! Só Ele é remédio para todos os males do mundo, só Ele perdoa e devolve a vida; só Ele é capaz de nos resgatar nem que seja no último momento da nossa vida; só Ele nos faz companhia nos momentos mais escuros; só Ele nos ama assim, como somos...Só Ele se lembraria de “inventar” a Igreja, para que através dos Sacramentos garantir-nos a Vida Eterna.
À pergunta que nos foi feita: " E tu amas-me?" que mais poderei responder: "Senhor tu sabes tudo, sabes que te amo, mas ajuda-Me a amar-Te mais".
Que mais poderei querer? Certamente apresenta-Lo aos meus amigos.
Voltei à vida comum e ordinária de todos os dias, mas voltei diferente...
Sofia Guedes
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