Imagem não corresponde à Cruz exaltada no poema |
na sombra de um palmar amortalhada,
erguendo ao alto a fronte mutilada,
já das monções a tês enegrecida.
No silêncio da urbe adormecida,
o crocitar da gralha é gargalhada,
de ti zombando, ó cruz abandonada,
que dia a dia vais perdendo a vida.
Choras, ó cruz? Porquê? Não chores, deixa:
esquece as tuas cãs o teu degredo,
no peito faz calar a amarga queixa.
Morres, sim, mas a Fé que representas,
mais firme que a montanha, que o rochedo,
resistirá a todas as tormentas.
(Parede, Dezembro de 1962)
Luís Filipe Reis Thomaz
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