Chegam as férias escolares e os pais encontram-se com uma situação nova: os filhos passam a ter imenso tempo livre!
Por um lado é bom, porque isso lhes dá a oportunidade de realizar actividades não possíveis durante o tempo de aulas. Por outro é um risco, porque existe o perigo real de perder o tempo e destruir em poucos dias os hábitos de trabalho adquiridos durante o ano.
Que fazer?
Existem, na minha opinião, duas atitudes que se devem evitar. A primeira é não preocupar-se e deixar que os filhos façam tudo aquilo que lhes apeteça. É uma atitude populista mas muito perigosa. Pode “dinamitar” em pouco tempo todas as virtudes conquistadas com esforço durante o ano lectivo.
A segunda é encher esse tempo com actividades programadas pelos pais. É uma atitude que pode parecer eficaz, mas que priva os filhos de aprenderem uma lição indispensável na vida: que faço com o meu tempo livre?
Educar é sempre ajudar a usar bem a liberdade. E o tempo livre é, por definição, um tempo em que experimentamos que somos protagonistas da nossa vida. Podemos fazer o que quisermos. Temos o destino nas mãos.
Penso que a atitude correcta é saber programar com eles o seu tempo livre. Fazê-los reflectir: que fazer quando não tenho nada que me obrigue? Deixar-me levar pelo mais fácil? Será que é por aí o caminho da minha verdadeira felicidade?
Ensinar a aproveitar o dom do tempo livre é também uma escola para se aprender a ser agradecido e generoso. É uma oportunidade para viver a gratuitidade: dar sem esperar nada em troca. Para crescer na amizade. Para contemplar a beleza da Criação. Para dedicar tempo aos outros.
São atitudes que não parecem fundamentais para sobreviver, mas sem as quais tudo o que fazemos perde o seu sentido.
Pe. Rodrigo Lynce de Faria
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