Contemplamos a Virgem Maria, com São José, a cuidar de Jesus recém-nascido na pobre gruta que os alojou em Belém. A tradição de fazer o Presépio é uma magnífica recordação de que o Verbo Divino habitou entre nós [10]. “O Presépio é expressão da nossa espera, de que Deus se aproxima de nós, de que Cristo vem a nós, mas é também uma expressão de ação de graças Àquele que decidiu partilhar a nossa condição humana, na pobreza e na simplicidade” [11].
Não deixemos que este costume seja negligenciado nos lares cristãos. Vamos começar por fazê-lo com sincero carinho nas nossas casas – pelo menos as figuras centrais – e por recomendar esta decisão aos amigos e conhecidos. Muitos de nós lembramo-nos do entusiasmo com que, em pequenos, fazíamos o Presépio, ajudados talvez pelos nossos pais e irmãos mais velhos. Também o nosso Fundador se alegrava ao lembrar esses momentos. De facto, já tinham passado muitos anos desde a sua infância, quando escreveu: Devoção de Natal. — Não sorrio quando te vejo fazer as montanhas de musgo do Presépio e dispor as ingénuas figuras de barro em volta da gruta. — Nunca me pareceste mais homem do que agora, que pareces uma criança [12].
Na gruta de Belém, o Céu e a Terra tocam-se, porque ali nasceu o Criador do mundo, o Redentor da humanidade. De lá se espalha uma claridade que é para todos os tempos, também para o nosso, tão necessitado da orientação divina. Ao prepararmo-nos para celebrar de novo a vinda do Senhor, e ao considerar que a sua alegria é estar com os filhos dos homens, enchamo-nos de esperança: Deus prope est, o Senhor aproxima-se sempre de nós, permanece ao nosso lado em cada instante [13].
Termino com umas palavras do Romano Pontífice, que nos convidam à confiança em Deus e ao otimismo sobrenatural. Falando do Natal, propõe-nos algumas perguntas: Como acolhemos a ternura de Deus? Deixo-me alcançar por Ele, deixo-me abraçar por Ele, ou impeço-O de Se aproximar? (…). O mais importante não é tanto procurá-Lo, mas deixar que seja Ele a procurar-me, a encontrar-me e a cobrir-me amorosamente das suas carícias. Esta é a pergunta que o Menino nos faz com a Sua simples presença: permito a Deus que me queira bem? [14]
[10]. Cfr. Jo 1,14.
[11] Papa Bento XVI, Discurso na Audiência geral, 22-XII-2010.
[12]. S. Josemaria, Caminho, n. 557.
[13]. S. Josemaria, Cartão de Natal, dezembro de 1968.
[14]. Papa Francisco, Homilia, 24-XII-2014.
(D. Javier Echevarría na carta do mês de dezembro de 2015)
© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei
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