Este tempo litúrgico que há pouco começámos, preparando-nos para o Natal, coloca-nos perante o mistério da Encarnação do Filho de Deus, perante o benévolo desígnio [10] com que Deus Pai nos quer atrair a Si, no Seu Filho, pelo Espírito Santo, para que cheguemos à plena comunhão de alegria e de paz com Ele. Afastemos o pessimismo, se nalguma ocasião surgir, ao repararmos que às vezes o mal parece triunfar sobre o bem, tanto dentro de nós mesmos, como na sociedade. «O Advento convida-nos mais uma vez, no meio de tantas dificuldades, a renovar a certeza de que Deus está presente: Ele entrou no mundo, fazendo-se um de nós, para levar à plenitude o Seu plano de amor. E Deus pede-nos que, também nós, nos tornemos um sinal da Sua obra no mundo. Através da nossa fé, da nossa esperança e da nossa caridade, Ele quer entrar no mundo sempre de novo e, sempre de novo, deseja fazer resplandecer a Sua luz na nossa noite» [11].
A vinda gloriosa de Cristo porá fim a todas as injustiças e pecados, mas consideremos seriamente que, já agora, o Senhor nos convoca para O ajudarmos a comunicar a outras almas os frutos da Redenção. Milhões de pessoas, sem o saberem, aguardam a manifestação dos filhos de Deus [12]: de ti, de mim, de tantos homens e mulheres de boa vontade. Com as nossas obras e as nossas palavras, havemos de lhes mostrar que o mundo em que crescemos, com todos os seus problemas e contradições, não se reduz a um lugar inóspito, para onde fomos lançados por um destino impessoal e cego, mas que é o sítio do encontro jubiloso com Deus, todo misericórdia, que enviou o Seu Filho ao mundo e que assiste a Igreja mediante a presença sempre atual do Espírito Santo.
[9]. Papa Francisco, Discurso na audiência geral, 18-XII-2013.
[10]. Ef 1, 9.
[11]. Bento XVI, Discurso na audiência geral, 5-XII-2012.
[12]. Cfr. Rm 8, 19.
D. Javier Echevarría na carta do mês de dezembro de 2014
© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei
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