A Bela e o
Monstro é
um grande filme porque procede de uma história encantadora. Bela possui um
pretendente chamado Gastão, que, sendo externamente um bonitão, é superficial, frívolo e cheio de si mesmo. Em poucas palavras:
um verdadeiro parvalhão.
Pelo contrário, o Monstro possui um aspecto exterior repugnante.
No entanto, Bela intui nele uma beleza genuína. As aparências enganam. Por trás
do Monstro há um príncipe encantado que só é possível descobrir com um olhar
limpo.
A mensagem de fundo da história é sempre actual: a beleza de
cada ser humano, homem ou mulher, é sobretudo interior.
O belo atrai, fascina e maravilha. Sem ele cairíamos
irremediavelmente no desespero. E o mais belo deste mundo — muito acima das paisagens,
das obras de arte, da música — está no ser humano. No seu mundo interior.
No entanto, o perigo de pensar que a beleza se reduz à aparência
física, à fotografia, ao aspecto corporal sempre esteve presente na História da
Humanidade, sobretudo no que se refere à beleza feminina.
Hoje em dia, quantas adolescentes e jovens se deixam enganar por
uma enorme mentira: a aparência exterior é tudo! Vales o que vale a tua imagem!
Para manter uma boa “fotografia” vale a pena sacrificar tudo!
Num mundo saturado de imagens são especialmente as raparigas que
pagam o grande contributo à “fotografia”, começando pelo número de “likes” nas
redes sociais. Uma jovem, se não sai desta espiral, entra num concurso de
beleza que não acaba e do qual sairá obrigatoriamente “descartada”.
A beleza meramente exterior é um dom emprestado: tem os dias
contados! A beleza interior — ser boa pessoa, possuir um coração generoso — é
um dom conquistado e deve crescer com o passar dos anos.
É necessário lutar contra a ditadura da imagem. Caso contrário,
muitas jovens ficarão irremediavelmente feridas no dia de amanhã.
Pe.
Rodrigo Lynce de Faria
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