A educação não pode prescindir nunca da autoridade. Mas a autoridade não pode prescindir nunca do bom exemplo e da confiança, que tornam aceitável o seu exercício.
A autoridade dos pais na educação dos seus filhos possui um fundamento natural. Surge espontaneamente. Mais do que procurar conquistá-la, os pais devem ter a preocupação de mantê-la e de exercitá-la bem.
Como alguém disse, a autoridade possui uma estreita relação com a verdade porque a representa. Assim entendida, a autoridade não é nunca arbitrariedade, mas sim um verdadeiro serviço.
É interessante notar que esta noção de autoridade como serviço é, na cultura actual, muito pouco compreendida. Isso possui uma forte influência na relação entre pais e filhos, professores e alunos, patrões e empregados, governantes e cidadãos.
É verdade que pode haver abuso de autoridade em todas essas relações: a isso chamamos autoritarismo. Mas também é verdade que, sem a autoridade bem exercida, as relações tornam-se difíceis e o bem comum sofre com isso.
Exercer a autoridade como serviço é completamente diferente de impor-se ou conseguir ser obedecido a qualquer preço. Aquele que tem autoridade não deve ser um ditador, mas sim uma testemunha da verdade e do bem.
Por isso, antes da palavra que indica o que se deve fazer ou evitar, esperamos daquele que possui autoridade que nos dê bom exemplo. Que as suas obras estejam de acordo com as suas palavras. Que os seus mandatos sejam razoáveis e procurem só o bem de todos.
As crianças observam tudo o que fazem os seus pais e tendem a imitá-los. Se os pais souberam dar bom exemplo e “conquistar” a confiança dos filhos, saberão exercer a autoridade de um modo sábio e paciente quando chegar a etapa da adolescência.
Nesse momento tão importante da vida, a autoridade dos pais depende directamente da relação de confiança que souberam “construir” quando os filhos eram ainda pequenos.
Pe. Rodrigo Lynce de Faria
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