Um estudo recente, feito no Canadá e
citado por Leonard Sax num dos seus livros, chegou à conclusão de que a
preocupação dos pais de jantarem habitualmente com os seus filhos possui uma
enorme importância na educação.
No entanto, o estudo especifica o
que significa “jantar com os filhos”. Não significa, simplesmente, comer juntos
à mesma mesa e no mesmo horário. Isto é necessário, mas não é suficiente.
Jantar com os filhos, para este
estudo, significa também ter a televisão desligada e não permitir o uso de
telemóveis enquanto se está na refeição.
Algumas conclusões desse estudo: os
filhos que jantam habitualmente com os seus pais são menos propícios a padecer
problemas como sentirem-se tristes, ansiosos ou sozinhos. E são mais propícios
a ajudar os outros e a mostrarem-se satisfeitos com as suas vidas.
É claro que jantar juntos não
resolve todos os problemas da educação. Mas é evidente que ajuda os pais a
dedicarem um tempo concreto a falar com os seus filhos, a ajudá-los a saberem
comportar-se, a saberem ouvir os outros, a saberem falar do que lhes aconteceu
nesse dia, a não terem caprichos na comida etc.
Se o tempo em família é o principal
momento do dia para os pais – e é difícil que o seja se não têm a preocupação
de jantarem juntos – é muito mais provável que os pais saibam o que acontece
com os seus filhos.
Assim, se a escola enviar uma
informação a dizer que o teu filho se portou mal, por favor, não vás a correr
ao psiquiatra. Pergunta o que aconteceu. Fala com o professor. Faz tudo o que
estiver na tua mão para ensinar o teu filho a respeitar boas normas de conduta.
Recorda que tu és o primeiro responsável – não é o professor, nem é o
psiquiatra – por inculcar essas boas normas ao teu filho, começando lá em casa
às refeições.
Se não tens tempo para jantar com os
teus filhos, é muito difícil que o faças. É o que diz o estudo. Mas, mesmo que
não o dissesse, parece óbvio, não é?
Pe. Rodrigo Lynce de Faria
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