«Deixaram
tudo e seguiram-no»
Pedro
e o seu irmão, André, cuja festa se comemora hoje.
Deixaram
tudo!...diz Mateus.
Ambos
hão-de entregar também as suas vidas na Cruz.
Ambos
se consideraram indignos ser crucificados como o Rabi por Quem tinham
abandonado tudo, naquele dia, nas margens do mar da Galileia:
Pedro
quer ser crucificado de cabeça para baixo; André escolhe uma cruz em X.
Ambos
quiseram deixar bem claro quem era o Mestre e quem eram os discípulos.
E
eu?
O
que é que eu tenho deixado, ao longo da minha vida, pelo meu Mestre?
Umas
poucas coisitas de pouca monta e, mesmo assim, sempre relutante, a
contra-gosto.
Fico-me
para aqui, agarrado às minhas redes, encostado ao meu barco e não avanço mar
dentro à pesca com é meu dever.
Ah!
Porque o tempo não está favorável; talvez amanhã; porque estou cansado; porque
chove; está frio; faz muito calor; não me apetece; ainda ontem fui e não
apanhei nada!
Tantas
razões sem razão nenhuma!
Vá!
Nunc
coepi!
Agora...agora
começo.
Com
o que tenho, com as minhas misérias e pouca coisa, com os meus enormes defeitos
e pequenas virtudes mas de ouvidos bem atentos à voz de quem chama:
Tu...!
António! Vem e segue-me!
2002.01.01
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