Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

terça-feira, 10 de outubro de 2017

O que é o matrimónio?

"Quando um homem e uma mulher celebram o sacramento do Matrimónio, Deus, por assim dizer, «espelha-se» neles, imprime neles os seus lineamentos e o carácter indelével do seu amor. O matrimónio é o ícone do amor de Deus por nós”. Papa Francisco, Audiência, 2 de abril de 2014. 

1.O que é o matrimónio?
A vocação para o matrimónio está inscrita na própria natureza do homem e da mulher, tais como saíram das mãos do Criador. O matrimónio, apesar das numerosas variações a que esteve sujeito no decorrer dos séculos, nas diferentes culturas, estruturas sociais e atitudes espirituais existe em todas as culturas um certo sentido da grandeza da união matrimonial. Se bem que a dignidade desta instituição humana não surja sempre com a mesma clareza.

Deus, que criou o homem por amor, também o chamou ao amor, vocação fundamental e inata de todo o ser humano. Como diz o Génesis, o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, que é amor (1 Jo 4, 8.16). Tendo-os Deus criado homem e mulher, o amor mútuo dos dois torna-se imagem do amor absoluto e indefetível com que Deus ama o homem. Este amor é bom, muito bom aos olhos do Criador.


Sagrada Escritura afirma que o homem e a mulher foram criados um para o outro. No Genesis diz-se que “Não é bom que o homem esteja só». A mulher, «carne da sua carne», isto é, sua igual, a criatura mais parecida com ele, é-lhe dada por Deus. “Por esse motivo, o homem deixará o pai e a mãe, para se unir à sua mulher: e os dois serão uma só carne». Esta união indefetível é o próprio Senhor que a explica, ao lembrar qual foi, «no princípio», o desígnio do Criador: «Portanto, já não são dois, mas uma só carne», tal como o Evangelho de S. Mateus o mostra.

Ler mais: Catecismo da Igreja Católica, 1603-1605.

Contemplar o mistério

Ris-te porque te digo que tens "vocação matrimonial"? - Pois é verdade: assim mesmo, vocação. Pede a São Rafael que te conduza castamente ao termo do caminho, como a Tobias.
Caminho, 27

2. Que disse Jesus Cristo acerca do Matrimónio?


No início da sua vida pública, Jesus realiza o seu primeiro sinal –a pedido da sua Mãe – por ocasião de uma festa de casamento ( ver o relato das bodas de Caná no Evangelho de S. João 2,1-11). A Igreja atribui uma grande importância à presença de Jesus nestas bodas. Ela vê nesse facto a confirmação da bondade do matrimónio e o anúncio de que, doravante, o matrimónio seria um sinal eficaz da presença de Cristo.

Na sua pregação, Jesus ensinou sem equívocos o sentido original da união do homem e da mulher, tal como o Criador a quis no princípio: a permissão de repudiar a sua mulher, dada por Moisés, era uma concessão à dureza do coração: a união matrimonial do homem e da mulher é indissolúvel: foi o próprio Deus que a estabeleceu: “Não separe, pois, o homem o que Deus uniu” são palavras de Jesus recolhidas no evangelho de S. Mateus.

Ler mais: Catecismo da Igreja Católica, 1613-1614

Contemplar o mistério

O amor puro e limpo dos esposos é uma realidade santa, que eu, como sacerdote, abençoo com ambas as mãos. A tradição cristã viu frequentemente na presença de Jesus nas bodas de Caná uma confirmação do valor divino do matrimónio: O nosso Salvador foi às bodas - escreve S. Cirilo de Alexandria - para santificar o princípio da geração humana.
O matrimónio é um sacramento que faz de dois corpos uma só carne: como diz com expressão forte a teologia, são os próprios corpos dos contraentes que constituem a sua matéria. O Senhor santifica e abençoa o amor do marido à mulher e o da mulher ao marido; e ordenou não só a fusão das suas almas, mas também a dos seus corpos. Nenhum cristão, esteja ou não chamado à vida matrimonial, pode deixar de a estimar.
Cristo que passa, 24

3. O que é o Matrimónio como sacramento?

Os sacramentos são sinais sensíveis e eficazes da graça, instituidos por Nosso Senhor Jesus Cristo para santificar-nos. O sacramento do Matrimónio é um dos sete sacramentos instituído por Jesus Cristo que, quando se recebe com as disposições adequadas, dá graça –uma ajuda sobrenatural- para vivê-lo cristãmente.

A afirmação, inequívoca, de Jesus Cristo sobre a indissolubilidade do vínculo matrimonial pôde causar perplexidade e aparecer como uma exigência irrealizável. No entanto, Jesus não impôs aos esposos um fardo impossível de levar e pesado demais. Tendo vindo restabelecer a ordem original da criação, perturbada pelo pecado, Jesus através dosacramento do Matrimónio dá a força e a graça de viver o matrimónio na dimensão nova do Reino de Deus. Esta graça do Matrimónio cristão é fruto da cruz de Cristo, fonte de toda a vida cristã.

É o que o Apóstolo Paulo na carta aos Efésios nos dá a entender, quando diz: “Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e Se entregou por ela, a fim de a santificar» e acrescenta imediatamente: «"Por isso o homem deixará o pai e a mãe para se unir à sua mulher e serão os dois uma só carne". É grande este mistério, digo-o em relação a Cristo e à Igreja» 

Ler mais: Catecismo da Igreja Católica, 1615-1616

Contemplar o mistério

O Matrimónio é um sacramento santo. - A seu tempo, quando tiveres de o receber, que o teu diretor ou o teu confessor te aconselhem a leitura de algum livro útil. - E estarás mais preparado para levar dignamente as cargas do lar.
Caminho, 26

O amor puro e limpo dos esposos é uma realidade santa, que eu, como sacerdote, abençoo com ambas as mãos
4. Como se celebra o Matrimónio?
Segundo a tradição latina, são os esposos quem, como ministros da graça de Cristo, mutuamente se conferem o sacramento do Matrimónio, ao exprimirem, perante a Igreja, o seu consentimento. Os esposos são pois os ministros do sacramento. 
O sacerdote (ou o diácono) que assiste à celebração do matrimónio, recebe o consentimento dos esposos em nome daa Igreja e dá a bênção da Igreja. A presença do ministro da Igreja (e também das testemunhas) exprime que o Matrimónio é uma realidade eclesial.

Por essa razão, a Igreja exige normas desta determinação:

- O matrimónio sacramental é um ato litúrgico. Por issoo, é conveniente que se celebre na liturgia pública da Igreja.
- O matrimónio cria direitos e deveres na Igreja entre os esposos e para com os filhos.
- Por ser o matrimónio um estado de vida na Igreja, é necessário que exista certeza sobre ele (daí a obrigação de haver testemunhas).
- O caráter público do consentimento protege o “Sim”, uma vez dado e ajuda a permanecer fiel a ele.
No rito latino, a celebração do Matrimónio entre dois fiéis católicos tem lugar normalmente – mas não necessariamente - no decorrer da santa Missa. Na Eucaristia realiza-se o memorial da Nova Aliança, pela qual Cristo se uniu para sempre à Igreja, sua esposa bem-amada, por quem se entregou.

Por ser um sacramento os esposos devem dispor-se para receber a graça. Por isso convém que se preparem bem para a celebração do seu matrimónio recebendo o o sacramento da Penitência.


Neste sacramento os esposos recebem o Espírito Santo como como Comunhão do amor de Cristo e da Igreja. O Espírito Santo é o selo da aliança dos esposos, a fonte sempre generosa do seu amor, a força com que se renova a sua fidelidade.

Ler mais Catecismo da Igreja Católica, 1621-1624.

Contemplar o mistério

O amor que conduz ao matrimónio e à família pode ser também um caminho divino, vocacional, maravilhoso, meio para uma completa dedicação ao nosso Deus. Realizai as coisas com perfeição, tenho-vos recordado, ponde amor nas pequenas atividades da jornada, descobri - insisto - esse quê divino que se oculta nos pormenores: toda esta doutrina encontra um lugar especial no espaço vital em que o amor humano se enquadra.
Temas Atuais, 121

5. Qual o aspeto essencial na celebração do matrimónio? O que é o consentimento matrimonial? 

Os protagonistas da aliança matrimonial são um homem e uma mulher batizados, livres para contrair Matrimónio e que livremente exprimem o seu consentimento. «Ser livre» quer dizer:


– não ser constrangido;
– não estar impedido por nenhuma lei natural nem eclesiástica.

A Igreja considera a permuta dos consentimentos entre os esposos como o elemento indispensável «que constitui o Matrimónios. Se faltar o consentimento, não há Matrimónio.


O consentimento consiste num «ato humano pelo qual os esposos se dão e se recebem mutuamente»: «Eu recebo-te por minha esposa. Eu recebo-te por meu esposo». Este consentimento, que une os esposos entre si, tem a sua consumação no facto de os dois «se tornarem uma só carne»

O consentimento deve ser um ato da vontade de cada um dos contraentes, livre de violência ou temor grave externo. Nenhum poder humano pode substituir este consentimento. Se esta liberdade faltar, o matrimónio é inválido.
Ler mais: Catecismo da Igreja Católica, 1625-1627.

Contemplar o mistério

Amar é não albergar senão um pensamento: viver para a pessoa amada, não se pertencer a si mesmo, estar submetido, venturosa e livremente, com a alma e o coração, a uma vontade alheia - e ao mesmo tempo própria.
Sulco, 797

Nunca te tinhas sentido tão livre, libérrimo, como agora que a tua liberdade está tecida de amor e desprendimento, de segurança e insegurança, porque já não te fias em nada de ti, e te fias em tudo de Deus.

Sulco, 787

Nunca deixo de dizer aos que foram chamados por Deus a formar um lar que se amem sempre, que se queiram com o amor cheio de entusiasmo que tinham quando eram noivos. Pobre conceito tem do matrimónio - que é um sacramento, um ideal e uma vocação - quem pensa que o amor acaba quando começam as penas e os contratempos que a vida traz sempre consigo. É então que o amor se fortalece. As torrentes dos desgostos e das contrariedades não são capazes de submergir o verdadeiro amor. O sacrifício partilhado generosamente une mais. Como diz a Escritura, aquae multae - as muitas dificuldades, físicas e morais - non potuerunt extinguere caritatem (Cant. 8,7), não poderão apagar o amor.

Temas Atuais, 91

6. Pode haver matrimónio-sacramento nulo? Que motivos fazem com que um matrimónio seja nulo?

Por falta de liberdade (ou por outras razões que tornam o matrimónio nulo e inválido) a Igreja, depois de examinar a situação pelo tribuna eclesiástico competente, pode declarar “a nulidade do matrimónio”, quer dizer, que o matrimónio não existiu.

Para que o “Sim” dos esposos seja um ato livre e responsável, e para que a aliança matrimonial tenha fundamentos humanos e cristãos sólidos e estáveis, a preparação para o matrimónio é de importância fundamental.

- O exemplo e os ensinamentos dados pelos pais e pelos familiares são o caminho privilegiado desta preparação.
- O papel dos pastores e da comunidade cristã como “família de Deus” é indispensável para a transmissão dos valores humanos e cristãos do matrimónio e da família, e isto com maior razão na mossa época em que muitos jovens conhecem a experiência de lares destroçados que não asseguram já suficientemente esta iniciação.
Ler mais: Catecismo da Igreja Católica, 1625-1632.

Contemplar o mistério

Durante o nosso caminhar terreno, a dor é pedra de toque do amor. No estado matrimonial, considerando as coisas de maneira descritiva, poderíamos afirmar que há anverso e reverso: por um lado, a alegria de se saber amado, o entusiasmo por edificar e sustentar um lar, o amor conjugal, a consolação de ver crescer os filhos; por outro, dores e contrariedades, o decurso do tempo que consome os corpos e ameaça azedar os caracteres, a monotonia dos dias, aparentemente sempre iguais.


Formaria um pobre conceito do matrimónio e do amor humano quem pensasse que ao tropeçar com essas dificuldades, o carinho e o contentamento se acabam. É precisamente então que os sentimentos que animavam aquelas criaturas revelam a sua verdadeira natureza, que a doação e a ternura se enraízam e se manifestam com um afeto autêntico e profundo, mais poderoso que a morte.
Cristo que passa, 24

Os casados estão chamados a santificar o seu matrimónio e a santificar-se nessa união: cometeriam, por isso, um grave erro se edificassem a sua vida espiritual à margem do lar. A vida familiar, as relações conjugais, o cuidado e a educação dos filhos, o esforço por sustentar, manter e melhorar economicamente a família, as relações com as outras pessoas que constituem a comunidade social, tudo isso são situações humanas e correntes que os esposos cristãos devem sobrenaturalizar.

Cristo que passa, 23

7. Que efeitos tem o sacramento do Matrimónio?

O consentimento, pelo qual os esposos mutuamente se dão e se recebem, é selado pelo próprio Deus. A isto dá-se o nome de vínculo matrimonial e é estabelecido pelo próprio Deus, de maneira que o matrimónio ratificado e consumado entre batizados não pode jamais ser dissolvido. Este vínculo, resultante do acto humano livre dos esposos e da consumação do matrimónio, é, a partir de então, uma realidade irrevogável e dá origem a uma aliança garantida pela fidelidade de Deus. A Igreja não tem poder para se pronunciar contra esta disposição da sabedoria divina.

A graça própria do sacramento do Matrimónio destina-se a aperfeiçoar o amor dos cônjuges e a fortalecer a sua unidade indissolúvel. Por meio desta graça, «eles auxiliam-se mutuamente para chegarem à santidade pela vida conjugal e pela procriação e educação dos filhos» (162).


Cristo é a fonte desta graça. «Assim como outrora Deus veio ao encontro do seu povo com unia aliança de amor e fidelidade, assim agora o Salvador dos homens e Esposo da Igreja vem ao encontro dos esposos cristãos com o sacramento do Matrimónio». Fica com eles, dá-lhes a coragem de O seguirem tomando sobre si a sua cruz, de se levantarem depois das quedas, de se perdoarem mutuamente, de levarem o fardo um do outro, de serem «submissos um ao outro no temor de Cristo» e de se amarem com um amor sobrenatural, delicado e fecundo. Nas alegrias do seu amor e da sua vida familiar, Ele dá-lhes, já neste mundo, um antegosto do festim do Céu.

Ler mais: Catecismo da Igreja Católica, 1639-1642

Contemplar o mistério
Santificar o lar no dia a dia, criar, com carinho, um autêntico ambiente de família: é disso precisamente que se trata
É importante que os esposos adquiram o sentido claro da dignidade da sua vocação, saibam que foram chamados por Deus para atingir também o amor divino através do amor humano, que foram escolhidos, desde a eternidade, para cooperar com o poder criador de Deus, pela procriação e depois pela educação dos filhos, que o Senhor lhes pede que façam, do seu lar e de toda a sua vida familiar, um testemunho de todas as virtudes cristãs.

O matrimónio - não me cansarei nunca de o repetir - é um caminho divino, grande e maravilhoso e, como tudo o que é divino em nós, tem manifestações concretas de correspondência à graça, de generosidade, de entrega, de serviço. O egoísmo, em qualquer das suas formas, opõe-se a esse amor de Deus que deve imperar na nossa vida. Este é um ponto fundamental que é preciso ter muito presente a propósito do matrimónio e do número de filhos.

Temas Atuais, 93

8. Matrimónio para toda a vida? O que é o amor conjugal?

“O amor conjugal comporta um todo em que entram todas as componentes da pessoa – apelo do corpo e do instinto, força do sentimento e da afectividade, aspiração do espírito e da vontade –; visa uma unidade profundamente pessoal – aquela que, para além da união numa só carne, conduz à formação dum só coração e duma só alma –; exige a indissolubilidade e a fidelidade na doação recíproca definitiva; e abre-se à fecundidade. Trata-se, é claro, das características normais de todo o amor conjugal natural, mas com um significado novo que não só as purifica e consolida, mas as eleva ao ponto de fazer delas a expressão de valores especificamente cristãos”.

O amor conjugal exige dos esposos, pela sua própria natureza, uma fidelidade inviolável da comunidade de pessoas que abarca a vida inteira dos esposos. Esta é uma consequência da doação de si mesmos que os esposos fazem um ao outro. O amor quer ser definitivo. «Esta união íntima, enquanto doação recíproca de duas pessoas, tal como o bem dos filhos, exigem a inteira fidelidade dos cônjuges e reclamam a sua união indissolúvel».


O motivo mais profundo encontra-se na fidelidade de Deus à sua aliança, de Cristo à sua Igreja. Pelo sacramento do Matrimónio, os esposos ficam habilitados a representar esta fidelidade e a dar testemunho dela. Pelo sacramento, a indissolubilidade do Matrimónio adquire um sentido novo e mais profundo.


Pode parecer difícil, e até impossível, ligar-se por toda a vida a um ser humano. Por isso mesmo, é da maior importância anunciar a boa-nova de que Deus nos ama com um amor definitivo e irrevogável, de que os esposos participam neste amor que os conduz e sustém e de que, pela sua fidelidade, podem ser testemunhas do amor fiel de Deus.

Ler mais: Catecismo da Igreja Católica, 1646-1648.

Contemplar o mistério

Pelo que respeita à castidade conjugal, asseguro aos esposos que não devem ter medo de manifestar o seu carinho; pelo contrário, essa inclinação é a base da sua vida familiar. O que o Senhor lhes pede é que se respeitem mutuamente e que sejam mutuamente leais, que actuem com delicadeza, com naturalidade, com modéstia. Dir-lhes-ei também que as relações conjugais são dignas quando são prova de verdadeiro amor e, portanto, estão abertas à fecundidade, aos filhos.
Quando a castidade conjugal está presente no amor, a vida matrimonial é expressão de uma conduta autêntica, marido e mulher compreendem-se e sentem-se unidos; quando o bem divino da sexualidade se perverte, destrói-se a intimidade e marido e mulher já não podem olhar-se nobremente, cara a cara.
Cristo que passa, 25

9. E os filhos?

«Os filhos são, sem dúvida, o mais excelente dom do Matrimónio e contribuem muitíssimo para o bem dos próprios pais. O mesmo Deus que disse: "não é bom que o homem esteja só" e que "desde o princípio fez o homem varão e mulher" (Mt 19, 4), querendo comunicar-lhe uma participação especial na sua obra criadora, abençoou o homem e a mulher dizendo: "Sede fecundos e multiplicai-vos". Por isso, o culto autêntico do amor conjugal e toda a vida familiar que dele nasce, sem pôr de lado os outros fins do Matrimónio, tendem a que os esposos, com fortaleza de ânimo, estejam dispostos a colaborar com o amor do Criador e do Salvador, que, por meio deles, aumenta continuamente e enriquece a sua família».

Os pais são os principais e primeiros educadores dos filhos. Neste sentido, a tarefa fundamental do matrimónio e da família é estar ao serviço da vida.


No entanto, os esposos a quem Deus não concedeu ter filhos podem ter uma vida conjugal plena de sentido, humana e cristã. O seu matrimónio pode irradiar fecundidade de caridade, de acolhimento e de sacrifício.

Ler mais: Catecismo da Igreja Católica, 1643-1654

Contemplar o mistério

Comove-me que o Apóstolo qualifique o matrimónio cristão como "sacramentum magnum", sacramento grande. Também daqui deduzo que o trabalho dos pais de família é importantíssimo.


- Participais do poder criador de Deus e, por isso, o amor humano é santo, nobre e bom: uma alegria do coração, à qual Nosso Senhor, na sua providência amorosa, quer que outros livremente renunciemos.


Cada filho que Deus vos concede é uma grande bênção divina: não tenhais medo aos filhos!
Forja, 691

Escutai os vossos filhos, dedicai-lhes também o vosso tempo, mostrai que tendes confiança neles; acreditai em tudo o que vos disserem, mesmo que alguma vez vos enganem; não vos assusteis com as suas rebeldias, pois também vós, na idade deles, fostes mais ou menos rebeldes; ide ao seu encontro, até meio do caminho, e rezai por eles. E vereis que recorrerão aos seus pais com simplicidade - podeis ter a certeza disso, se actuais cristãmente - em vez de irem ter, para satisfazer as suas legítimas curiosidades, com um amigalhote desavergonhado ou brutal. A vossa confiança, a vossa relação amigável com os filhos, receberá como resposta a sinceridade deles para convosco; e isto, mesmo que não faltem disputas e incompreensões de pouca monta, é a paz familiar, a vida cristã.

Cristo que passa , 29

10. Que significa a expressão “Igreja doméstica”?


Cristo quis nascer e crescer no seio da Sagrada Família de José e de Maria. A Igreja outra coisa não é senão a «família de Deus.

Nos nossos dias, num mundo muitas vezes estranho e até hostil à fé, as famílias crentes são de primordial importância, como focos de fé viva e irradiante. É por isso que o II Concílio do Vaticano chama à família, segundo uma antiga expressão, Igreja doméstica». É no seio da família que os pais são, «pela palavra e pelo exemplo, os primeiros anunciadores da fé para os seus filhos.


É aqui que se exerce, de modo privilegiado, o sacerdócio baptismal do pai de família, da mãe, dos filhos, de todos os membros da família, «na recepção dos sacramentos, na oração e acção de graças, no testemunho da santidade de vida, na abnegação e na caridade efectiva». O lar é, assim, a primeira escola de vida cristã e «uma escola de enriquecimento humano». É aqui que se aprende a tenacidade e a alegria no trabalho, o amor fraterno, o perdão generoso e sempre renovado, e, sobretudo, o culto divino, pela oração e pelo oferecimento da própria vida.

Ler mais: Catecismo da Igreja Católica, 1655-1657

Contemplar o mistério

A fé e a esperança hão-de manifestar-se na serenidade com que se focam os grandes ou pequenos problemas que surgem em todos os lares, no empenho com que se persevera no cumprimento do dever. A caridade há-de encher tudo e levará: a partilhar as alegrias e os possíveis dissabores; a saber sorrir, esquecendo-se das preocupações pessoais para atender os outros; a escutar o outro cônjuge ou os filhos, mostrando-lhes que são amados e compreendidos deveras; a passar por alto pequenos atritos sem importância, que o egoísmo poderia transformar em montanhas; a fazer com grande amor os pequenos serviços de que se compõe a convivência diária.
Santificar o lar no dia a dia, criar, com carinho, um autêntico ambiente de família: é disso precisamente que se trata. Para santificar cada um dos dias, é necessário exercitar muitas virtudes cristãs; em primeiro lugar, as teologais e, depois, todas as outras: a prudência, a lealdade, a sinceridade, a humildade, o trabalho, a alegria...
Cristo que passa, 23

Digo com gratidão e com orgulho de filho que continuo a rezar - de manhã e à noite e em voz alta - as orações que aprendi, quando era criança, dos lábios de minha mãe. Essas orações levam-me a Deus, fazem-me sentir o carinho com que me ensinaram a dar os meus primeiros passos de cristão e, oferecendo ao Senhor o dia que começa ou dando-Lhe graças pelo que acaba, peço a Deus que aumente no Céu a felicidade dos que especialmente amo, e no Céu depois nos mantenha unidos para sempre.

Temas Atuais, 103

11. A Igreja admite a separação dos cônjuges?

Há situações em que a coabitação matrimonial se torna praticamente impossível pelas mais diversas razões. Em tais casos, a Igreja admite a separação física dos esposos e o fim da coabitação. Mas os esposos não deixam de ser marido e mulher perante Deus: não são livres de contrair nova união. Nesta situação difícil, a melhor solução seria, se possível, a reconciliação. A comunidade cristã é chamada a ajudar estas pessoas a viverem cristãmente a sua situação, na fidelidade ao vínculo do seu Matrimónio, que continua indissolúvel.
Ler mais: Catecismo da Igreja Católica, 1649

(Fonte: site de São Josemaria Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/artigo/o-que-e-o-matrimonio3f)

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