Acabei de ler há poucos dias um livro fantástico. Daqueles que, no final, levam uma pessoa a sentir-se diferente, enriquecida, com um novo raio de luz que permite interpretar melhor esta nossa fugaz existência nesta terra.
Chama-se “A força do silêncio” e foi escrito pelo Cardeal Robert Sarah. É um livro que recomendo vivamente. Sobretudo, por um motivo muito concreto: porque sem silêncio não há repouso, nem serenidade, nem vida interior. E o homem atual necessita destas realidades como do pão para a boca.
Como é possível escrever quase trezentas páginas sobre o silêncio?! Ainda por cima, sem ser pesado, com uma escrita amena e aprazível. Penso que isto só se consegue porque as palavras foram meditadas e ponderadas com quietude e sossego. Assim, e por esse motivo, não cansam. Muito pelo contrário: iluminam!
E o objetivo do livro é plenamente alcançado: fazer meditar em que necessitamos muito mais do silêncio do que imaginamos. Sem ele, não conseguimos viver de um modo divino ⸻ e nem sequer humano!
Sem ele, deixamo-nos arrastar pelo barulho que abunda à nossa volta: dentro e fora de nós.
«Se a palavra caracteriza o homem, é o silêncio que o define. Porque a palavra só adquire sentido em função do silêncio».
Para dizer algo que ajude, que seja construtivo para aqueles com quem convivemos, temos de ponderá-lo em silêncio. De outro modo, a palavra em vez de ajudar pode tornar-se pesada. Em vez de curar, pode ferir. Em vez de ser veículo da verdade e da caridade, pode semear a discórdia e a desunião.
A caridade genuína nasce do silêncio. Somente se soubermos amadurecer com o silêncio da vida interior é que teremos palavras eternamente vivas para aqueles que nos rodeiam. Palavras construtivas, que elevam, iluminam e confortam.
Pe. Rodrigo Lynce de Faria
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