Então, o Senhor interpelou diretamente os Doze: «E vós, quem dizeis que Eu sou?» Em nome de todos, com impulso e determinação, foi Pedro que tomou a palavra: «Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo». Solene profissão de fé que, desde então, a Igreja continua a repetir. No dia de hoje, também nós queremos proclamar com íntima convicção: sim, Jesus, Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo! Fazemo-lo com a consciência de que Cristo é o verdadeiro «tesouro», pelo qual vale a pena sacrificar tudo; Ele é o amigo que nunca nos abandona, porque conhece as expectativas mais íntimas do nosso coração. Jesus é o «Filho de Deus vivo», o Messias prometido, que veio à terra para oferecer à humanidade a salvação e para satisfazer a sede de vida e de amor que habita em cada ser humano. Que grande seria a vantagem para a humanidade, se acolhesse este anúncio que traz consigo a alegria e a paz!
«Tu és Cristo, Filho de Deus vivo». A esta profissão de fé da parte de Pedro, Jesus responde: «Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja, e as portas do inferno nada poderão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos céus». É a primeira vez que Jesus fala da Igreja, cuja missão é a realização do grandioso desígnio de Deus, de reunir, em Cristo, toda a humanidade, numa única família. A missão de Pedro e dos seus sucessores é, precisamente, a de servir esta unidade da única Igreja de Deus, formada por judeus e pagãos de todos os povos; o seu ministério indispensável consiste em fazer com que ela nunca se identifique nem com uma única nação, nem com uma só cultura, mas que seja a Igreja de todos os povos, para tornar presente no meio dos homens ─ marcados por inúmeras divisões e contrastes ─ a paz de Deus e a força renovadora do Seu amor. Por conseguinte, servir a unidade interior que provém da paz de Deus, a unidade de quantos, em Jesus Cristo, se tornaram irmãos e irmãs: eis a missão especial do Papa, Bispo de Roma e sucessor de Pedro.
Bento XVI
Angelus de 24/08/08
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