Estive numa guerra!
Estive na guerra da Guiné, onde jovens se fizeram homens, por vezes com grande sacrifício e dor.
Vi heróis, não só em actos de guerra, mas também e sobretudo em actos de amor ao outro, de entrega ao outro, de procura do bem-estar e da felicidade do outro.
O “fogo” da guerra consome-nos por dentro, destrói-nos, por vezes, o querer, a alegria, o ser, e deixa-nos marcas permanentes, indeléveis, que às vezes demoram anos a aparecer, e quando aparecem, é só para nos magoar no mais intimo do nosso ser.
Nós, combatentes, não fomos para a guerra, para fazer a guerra, mas para, apesar da guerra, encontrarmos a paz.
Mas sabíamos que podíamos morrer, e até, infelizmente, matar!
O “fogo” da guerra consome-nos por dentro!
A guerra do fogo, é bem diferente, tão diferente, que os homens que a combatem se chamam «Soldados da Paz»!
Não vão pensando em morrer, e muito menos, pensando que pode morrer alguém, vão apenas e só para viver e deixar os outros viver, para além do fogo que os quer matar.
São heróis, desconhecidos, a quem tantas vezes “falta o ar”, o ar do reconhecimento, da gratidão, da homenagem, o ar das palavras obrigado, bem hajam, vós sois os nossos heróis!
Dêem-se medalhas aos feitos desportivos, aos feitos sociais e solidários, mas interrompam-se as férias, (do tal homem dos afectos), para dizer em bom som e bem alto:
Portugal, os Portugueses, estão-vos gratos, tão gratos, que vos consideramos os heróis do tempo presente, neste tempo da guerra do fogo, em Portugal!
Para vós, bombeiros de Portugal, elevo a minha prece a Deus:
Senhor, abençoai, protegei e guardai os bombeiros de Portugal, no vosso infinito amor!
Marinha Grande, 9 de Agosto de 2016
Joaquim Mexia Alves
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