Deus escreve certo por linhas tortas. Mas as linhas permanecem tortas, e isso significa que as divisões estão relacionadas com o pecado humano. O pecado não se torna positivo só porque, se for compreendido como algo que deve ser superado pela conversão e apagado pelo perdão, pode levar a um processo de crescimento. Já Paulo teve de explicar aos Romanos a ambiguidade que nascera do seu ensinamento sobre a graça, segundo a qual, se o pecado conduzia à graça, podia ser aceite tranquilamente (Rom 6, 19). A capacidade divina de tirar coisas boas até dos nossos pecados certamente não significa que o pecado seja bom. E o facto de que Deus pode tirar frutos positivos da divisão não a torna boa em si mesma.
(Cardeal Joseph Ratzinger in entrevista ao ‘Frankfurter Allgemeine Zeitung‘, de 22.09.2000)
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