Com o passar do tempo, todas as pessoas envelhecem. Mas, se repararmos bem, nem todas amadurecem. Parece que, ao contrário do que acontece com o bom vinho, o tempo não nos melhora automaticamente. Não nos amadurece. Precisamos de um outro “ingrediente”.
Mas, afinal, que elixir misterioso é esse?
Talvez seja a pergunta pelo sentido da vida.
Para alguém viver de um modo realmente humano não basta que deixe o tempo passar. É preciso que procure o sentido da sua única e irrepetível existência.
Não demos a vida a nós próprios — mesmo que muitas vezes actuemos como se isto fosse assim. A vida é um verdadeiro “empréstimo” que nos foi feito e do qual Alguém um dia nos pedirá contas.
Atenção ao pormenor: esse Alguém não existe porque nós O criámos. Foi Ele que nos criou. Ainda por cima, sem nos perguntar!
Estamos chamados a entender a vida como uma missão que nos foi confiada. E também estamos chamados, a partir do núcleo mais profundo do nosso eu (o coração), a pormo-nos em relação directa com Aquele que nos confia esse encargo.
O importante não é, como diz Viktor Frankl, o que nós esperamos da vida. O que de verdade importa é o que a vida espera de nós. Será a consciência clara de uma missão a cumprir aquilo que nos servirá de apoio mais firme nos momentos de adversidade.
Se observarmos com calma, veremos que o vazio existencial de muitas vidas surge, demasiadas vezes, por se tentar viver sem responder à pergunta sobre o sentido da vida.
São características de uma pessoa madura: a autonomia, a autoestima, a empatia, a coerência, a capacidade de dialogar e outras mais.
No entanto, a característica mais essencial é uma só: a identidade. Uma pessoa madura sabe quem é, conhece o projecto da sua vida e procura identificar-se com ele.
Pe. Rodrigo Lynce de Faria
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