Terminou o Jubileu Extraordinário da
Misericórdia. Foi um tempo de abundantíssimas graças de Deus que os cristãos do
mundo inteiro não se esqueceram de agradecer.
Como diz o Papa Francisco na carta
apostólica que publicou no encerramento do Jubileu, a misericórdia não se pode
reduzir a um tempo passageiro na vida Igreja, mas constitui a sua própria
existência.
Porque é que isto é assim?
Porque a misericórdia torna visível e
palpável a verdade mais profunda do Evangelho: Deus ama-nos de um modo
infinito. Por esse motivo, deseja ardentemente perdoar os nossos pecados sejam
eles quais forem. A única coisa que nos pede é boa vontade, arrependimento
sincero e desejo operativo de perdoar os outros por amor a Ele.
Seremos capazes de transmitir a
misericórdia ao nosso redor se antes soubermos recebê-la humildemente de Deus.
Nesse caso, a misericórdia recebida gratuitamente alimenta e mantém robusta a
virtude da alegria.
A pessoa que se sabe perdoada abre-se à
esperança de uma vida nova. A alegria de sermos perdoados transparece ao nosso
redor sempre que a saibamos experimentar de verdade na primeira pessoa do
singular: “enganei-me ao fazer isto ou deixar de fazer aquilo”. Mas Deus, que é
maior do que o pecado, não só perdoa mas enche-nos de uma vida renovada.
Misericórdia é o amor de Deus que vem ao
nosso encontro sem condições. Destrói o círculo de egoísmo que nos envolve
depois de nos enganarmos e volta a enviar-nos aos outros para que testemunhemos
essa renovação com a nossa alegria cheia de uma esperança consoladora.
Olhemos à nossa volta com atenção e sem
indiferença.
Quantas pessoas repletas de sentimentos
de melancolia, tristeza e tédio existencial! Quantas vidas que parecem não ter
sentido! Quanta falta de uma autêntica paz em tantos corações!
São necessárias testemunhas de uma
alegria genuína — que vai mais além do divertimento passageiro. Essas
testemunhas seremos nós se nos abrirmos de verdade à misericórdia de Deus.
Pe. Rodrigo Lynce de Faria
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