S. Josemaria comentou, em várias ocasiões, que sempre ressoavam na sua alma os sinos da igreja de Nossa Senhora dos Anjos, que tornavam muito atual – até à sua partida para o céu – o dever de fazer o Opus Dei com a força do ano de 1928 e, a seguir, de 1930. Peço ao Senhor que se enraíze, na nossa atuação, esta mesma responsabilidade, porque cada uma e cada um é a continuidade.
Mas uma vez mais se cumpriu a parábola da pequena semente: e temos de encher-nos de agradecimento a Nosso Senhor. Passou o tempo e o Senhor confirmou-nos na fé, concedendo-nos tanto e mais do que víamos então. Perante esta realidade maravilhosa em todo o mundo – realidade que é como um exército em ordem de batalha para a paz, para o bem, para a alegria, para a glória de Deus –, perante esta obra divina de homens e de mulheres em tão diferentes situações, de leigos e de sacerdotes, com uma expansão encantadora, que encontrará necessariamente pontos de aflição, porque estamos sempre a começar, temos que baixar a cabeça, amorosamente, dirigir-nos a Deus e dar-Lhe graças. E dirigir-nos também à nossa Mãe do Céu, que esteve presente, desde o primeiro momento, em todo o caminho da Obra [1].
Ainda soam na minha alma as considerações de S. Josemaria. Lembro-me como se fosse ontem destas palavras, pronunciadas como uma oração cheia de amor a Jesus Cristo presente na Eucaristia, no oratório da sede central da Obra dedicado ao Pentecostes. Servem-nos também agora, ao começar este novo ano do Opus Dei, para nos cumularem novamente de esperança, porque o Senhor, que fomentou a Obra, continua a mantê-la ativa e fecunda ao longo dos anos, com a tua resposta e a minha.
Como S. Josemaria naquele aniversário do ano de 1962, também hoje nos maravilhamos diante do que vemos já feito nesta pequenina parte da Igreja: a Obra. É Ele quem a faz crescer, tornando mais uma vez realidade – como aconteceu frequentemente na História da Igreja – a parábola do grão de mostarda: a mais pequena de todas as sementes, mas, depois de crescer, torna-se a maior planta da horta e transforma-se num arbusto, a ponto de virem as aves do céu abrigar-se nos seus ramos [2].
Tal como em 1928, agora, e sempre, é evidente a desproporção entre os nossos meios e os frutos que Deus suscita. O Seu poder salvífico não diminuiu, mas espera de cada uma e de cada um de nós, bem como das pessoas que se acolhem à sombra desta árvore frondosa, uma correspondência generosa, a maior de que sejamos capazes, com a Sua ajuda.
Nasce na nossa alma o louvor e a ação de graças a Deus.Obrigado, Senhor! Porque esta fornada de pão maravilhoso já está a espalhar o bom aroma de Cristo (2 Cor 2, 15) no mundo inteiro: obrigado por estes milhares de almas que glorificam a Deus em toda a Terra. Porque todos são Teus [3].
[1] S. Josemaria, Meditação, 2-X-1962 (AGP, biblioteca, P09, p. 57).
[2] Mt 13, 32.
[3] S. Josemaria, Meditação, 2-X-1962 (AGP, biblioteca, P09, p. 59).
(D. Javier Echevarría excerto da carta do mês de outubro de 2016)
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